Casal e a motorista tiveram uma discussão em uma distribuidora de bebidas antes do atropelamento. Vídeo mostra momento do crime
Um laudo da Polícia Técnico-Científica apontou que a empresária acusada de matar uma mulher e atropelar a esposa dela tinha uma visão clara das vítimas antes de atingi-las com o carro. O casal e a motorista tiveram uma discussão em uma distribuidora de bebidas e as duas mulheres foram atingidas em um açougue a poucos metros de distância.
Murielly Alves da Costa responde presa pelo crime de homicídio qualificado. Segundo o processo, no dia 21 de abril, ela chegou de carro a uma distribuidora de bebida, estava bêbada e começou a discutir com pessoas que estavam no local (veja vídeo abaixo).
Empresária acusada de matar mulher e ferir esposa da vítima tinha visão clara do casal antes de atropelá-las, aponta laudo pic.twitter.com/TvwiiS5JT8
— portalfocala (@portalfocala) August 2, 2022
Kamyla Lima e a esposa, Bárbara Angélica Barbosa Silva, pediram para que Murielly deixasse o a distribuidora, começando uma discussão entre elas.
O g1 não conseguiu contato com a defesa da acusada até a última atualização dessa reportagem. Durante depoimento, Murielly disse que não se lembrava do crime.
Segundo a reprodução simulada peita pela polícia, após a discussão, Kamyla e Bárbara atravessaram a rua e andaram por 25 metros até a calçada de um açougue onde o carro delas estava estacionado. Momentos depois, Murielly foi até o carro dela, que estava estacionado um pouco mais a frente, do mesmo lado da distribuidora de bebidas.
Pelos depoimentos de testemunhas, câmera de segurança e elementos que foram levantados durante a perícia no dia do crime, a polícia concluiu que Murielly deu ré no carro, que estava sob a calçada, direcionou-se para a esquerda, ficando de frente para as vítimas, e foi em direção a elas.
Murielly bateu no carro das vítimas, atingiu Kamyla, e só parou quando invadiu o açougue. Na sequência, Bárbara foi até o carro dirigido pela acusada e colocou metade do corpo para dentro na tentativa de fazer com que a empresária parasse.
A acusada, então, engatou a ré e acabou prensando Bárbara contra a parede do comércio e, depois, contra uma pilastra na calçada. A vítima caiu no chão e morreu no local. Kamyla teve ferimentos, mas sobreviveu.
“Dessa forma, no caso analisado, o primeiro atropelamento [Kamyla] deu-se com a vítima na calçada, parada, estando em condições adequadas de visualização por parte dos condutores de veículos automotores. O segundo atropelamento [Bárbara] deu-se com a vítima posicionada “ao lado” do condutor, na região da porta dianteira esquerda, fato que também garantia a sua visualização”, aponta o laudo.
Com o resultado da reprodução simulada, a família de Bárbara acredita que a empresária possa ser condenada pelo crime. “Isso vai ajudar muito, porque deixa claro como foi a dinâmica”, disse Daniele Barbosa de Andrade, irmã de Bárbara.
Desde a época do crime, Daniele conta que não conseguiu superar a perda. “O sentimento é de perplexidade. É uma dor que não passa. Eu não acredito até hoje, vivo um dia por vez”, lamentou, emocionada.
Agora, a família aguarda a decisão da Justiça para saber se Murielly será mandada a júri popular e qual a data do julgamento.