Agentes da CIAF foram à residência do prefeito afastado para cumprimento de determinação da desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita; serviço de internet também será cancelado
Agentes da Coordenadoria de Investigação de Agentes com Foro (CIAF), acompanhados de oficiais de justiça, estiveram na casa do prefeito afastado Marcelo Crivella (Republicanos) na noite desta quarta-feira (23), para cumprir a determinação da desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita, do Primeiro Grupo de Câmaras Criminais, que mandou retirar todos os telefones, celulares, computadores e smart TVs da casa de Crivella. O político, que já está em prisão domiciliar, acompanhou o trabalho dos policiais. Quem comandou o recolhimento dos objetos foi a delegada Ana Paula Costa Marques Faria, coordenadora do CIAF.
Crivella, que ficou 37 horas preso na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, deixou a unidade prisional pouco depois das 19h30 e seguiu no carro de um dos advogados até sua casa. Pouco depois das 20h20 ele chegou ao seu imóvel.
A expedição do mandado de verificação e de busca e apreensão na casa do prefeito, segundo o Tribunal de Justiça do Rio, “visa dar cumprimento à liminar” concedida pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça, Humberto Martins, que, na terça-feira (22), colocou o prefeito em prisão domiciliar.
Para adequar o ambiente às restrições impostas pelo STJ, foram retirados da residência do prefeito afastado — no Condomínio Península, na Barra — todos os telefones fixos, computadores, tablets, laptops, aparelhos de telefone celular e smart TVs. A desembargadora determinou ainda que as empresas de telefonia fixa e internet fossem oficiadas para interromperem os respectivos sinais.
Além disso, a magistrada intimou a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) para que colocasse a tornozeleira eletrônica em Marcelo Crivella.
Também nesta quarta, a desembargadora realizou a audiência de custódia virtual do empresário Adenor Gonçalves e do ex-delegado de polícia José Fernando Moraes Alves. Com sintomas de Covid-19, eles não puderam ser apresentados no dia anterior, quando os demais investigados no caso que foram conduzidos ao Tribunal de Justiça do Rio para a audiência de custódia presencial após sua prisão.
Internados no Hospital Hamilton Agostinho de Castro, no complexo de presídios de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, Adenor e Fernando Moraes foram levados até as salas de videoconferência do local e tiveram a companhia de seus advogados.
Ao serem questionados pela magistrada sobre a regularidade durante o cumprimento dos mandados de prisão, os dois afirmaram que não houve excessos e que não sofreram violação a integridade física e psicológica.
O empresário Adenor Gonçalves disse ter certeza de que ficará provada sua inocência no decorrer do processo. Já o ex-delegado Fernando Moraes afirmou não conhecer nenhuma das pessoas relacionadas na denúncia do Ministério Público estadual.
Foi determinado que, após a manifestação do Ministério Público sobre os pedidos de revogação apresentados por escrito, o processo será encaminhado para decisão