Com os dados inclusos no acervo do banco de DNA, é possível fazer o cruzamento de informações que podem ajudar na solução de crimes
Após a coleta de amostras de DNA do Banco de Perfis Genéticos do estado de Amazonas, feitas nas unidades prisionais, 22 investigações de estupros e crimes sexuais foram resolvidas. Com os dados inclusos no acervo, é possível fazer o cruzamento de informações que podem ajudar na solução de crimes em apuração.
Além da identificação dos autores de estupro, as análises permitiram avanço em outras 47 investigações. Nelas, o autor do crime ainda não foi reconhecido, ou seja, ainda não se sabe a identidade. Entretanto, o DNA de quem cometeu o crime está traçado, o que representa possibilidade de prisões futuras.
A gerente do Laboratório de Genética Forense, Daniela Koshikene, ressalta que os crimes de maior impacto e maior poder ofensivo são os que têm a maior quantidade de perfis genéticos, sendo eles, estupro, homicídio e roubo.
“O estupro é o que tem a maior dificuldade de investigação, porque não é um crime que você tenha testemunhas. Mas, a partir do momento em que vestígios são deixados no corpo da vítima, é possível ter um perfil genético. Nós tivemos 47 estupros dos quais não se tinha qualquer ideia de quem era o autor, e hoje em dia, apesar de não termos o nome do autor, sabemos que foram cometidos por ele”, disse.
Daniela também explica que as 22 identificações de autores de estupro dentro do banco ajudaram a responsabilizar os criminosos. “Muitas vezes o autor é detido pelo último crime que cometeu. Mas, a partir do momento em que pode ser julgado por outros crimes cometidos, ele pode ser indiciado e julgado. Assim, a gente pode oferecer uma resposta às vítimas e elucidar vários casos”, ressaltou.
O banco possui mais de 1,2 mil amostras de perfis genéticos. Essas amostras foram coletadas de condenados do antigo regime semiaberto e do fechado do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj). A medida é um atendimento à Lei nº 12.654/2012.