Fala-se em impunidade, e, de fato, há impunidade no Brasil, especialmente beneficiando os mais ricos. Com bons advogados, milionários conseguem procrastinar os processos, adiando julgamentos. Ainda assim, há poderosos sendo presos, indicando que a impunidade não é generalizada. 12 anos após o assassinato de Valério Luiz, a Justiça mandou prender Maurício Sampaio e Ademá Figueiredo Aguiar Filho na tarde desta sexta-feira, 14.
Confira, em ordem alfabética, alguns dos presos conhecidos, “importantes” e poderosos de Goiás em 2024. Ademá Figueiredo, militar da reserva da Polícia Militar, não possui grande patrimônio, mas foi condenado pela Justiça por matar o radialista Valério Luiz, sob mando do empresário e ex-cartorário Maurício Sampaio. Já o acusado de ser o mandatante do crime é ex-presidente de um dos maiores clubes de futebol de Goiás, o Atlético Goianiense.
No júri realizado em 2022, quatro dos cinco réus apontados como envolvidos na morte do radialista foram condenados. Além de Ademá e Mauricio, Marcus Vinícius Pereira Xavier e Urbano de Carvalho Malta também estiveram envolvidos no crime, chegaram a ser presos, mas foram liberados posteirormente.
O acusado Djalma da Silva foi absolvido.
1 – Ademá FigueredoO policial militar da reserva Ademá Figueiredo Aguiar Filho é apontado como autor dos disparos que matou o jornalista Valério Luiz e foi condenado a 16 anos de prisão. Ele ele compareceu ao presídio militar, no Setor Marista, neste fim de semana por livre e espontânea vontade, mas como a ordem de prisão ainda não havia chegado ao sistema, ele havia deixado o local. Posteriormente, realizou o exame do corpo de delito e foi encaminhado para o presídio.
2 – Allan Kardec Emanuel Franco
Wellington, Marcos, Wandson e Pablo foram presos temporariamente no dia 06 de abril. Os mandados contra eles foram prorrogados no dia 05 de maio e venceram no dia 3 de junho. Allan Kardec e Diogo foram presos temporariamente no dia 11 de abril. Os mandados contra eles também foram prorrogados por 30 dias, tendo iniciado no dia 10 de maio, vencendo no próximo dia 8, segundo o Ministério Público de Goiás (MPGO). Todos os 4 policiais, no entanto, foram soltos no dia de junho.
3 – Antônio Scelzi Netto
Segundo a Polícia Militar (PM), o vigilante Clenilton Lemes Correia foi atropelado e morto na madrugada do último domingo, 9, no bairro Alphaville Flamboyant, enquanto ia para o trabalho. A placa do carro caiu no local do atropelamento, o que possibilitou que as equipes identificassem o dono. O empresário Antônio Scelzi Netto, de 25 anos, chegou a ser preso, mas foi solto dois dias depois após ter tido a prisão convertida em preventiva. A nova decisão judicial acatou o pedido da defesa e pôs em liberdade provisória o condutor do carro.
4 – Bruno PenaBruno Pena foi preso no último dia 12, no âmbito da Operação Fundo do Poço, deflagrada com o objetivo de desarticular uma apontada organização criminosa “responsável por desviar e se apropriar de recursos do fundo partidário e eleitoral nas eleições de 2022, destinados a um partido político”, no caso, o Pros.
5 – Cacai Toledo
Suspeito de ter encomendado o assassinato do empresário Fábio Escobar, em Anápolis, ele foi presidente da Codego (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás). Carlos César Savastano de Toledo, preso em Samambaia (DF) pela morte do empresário Fábio Escobar, foi monitorado por quase 200 dias, procurado em vários estados e até fora do país, informou a Polícia Civil.
6 – Eurípedes Júnior
O presidente do Solidariedade, Eurípedes Gomes Júnior, se entregou à Polícia Federal (PF) em Brasília na manhã deste sábado, 15. Ele estava foragido desde a última quarta-feira, 12, alvo de uma operação que investiga supostos desvios de recursos dos fundos partidário e eleitoral do partido PROS nas eleições de 2022. O partido foi incorporado pelo Solidariedade no ano passado. As investigações começaram após uma denúncia feita por Marcus Vinicius Chaves de Holanda, ex-presidente do PROS, que acusou Eurípedes Júnior de desviar cerca de R$ 36 milhões do partido.
7 – Maurício Sampaio
De acordo com a denúncia do Ministério Público, no dia 5 de julho de 2012, por volta das 14h, o cronista esportivo Valério Luiz de Oliveira foi baleado com cinco tiros dentro do seu carro, quando saía da emissora de rádio em que trabalhava, no Setor Serrinha, em Goiânia. O oferecimento da denúncia foi feito no dia 27 de fevereiro de 2013 e apenas três dias depois a justiça aceitou o caso. Maurício Sampaio, Urbano, Marcos Vinícius, Djalma e Ademá foram pronunciados em agosto de 2014.
8 – Naçoitan Leite
O prefeito de Iporá, Naçoitan Leite (sem partido), saiu da cadeia em fevereiro deste ano e foi recepcionado por aliados com festa, fogos de artifício e carro automotivo ao som de música evangélica. O mandatário ficou preso por quase três meses por tentativa de feminicídio contra a ex-esposa e tentativa de homicídio contra o namorado dela após atirar 15 vezes contra o casal. Naçoitan saiu da cadeia e retomou ao cargo de prefeito.
9 – Sérgio Ricardo Bueno Araújo
O vereador de Bom Jardim de Goiás, Sérgio Ricardo Bueno Araújo (UB), foi preso em janeiro deste ano suspeito de matar o primo da namorada durante uma briga. De acordo com a polícia, os dois estavam em uma festa e começaram a discutir. Durante a briga, o político pegou uma arma, atirou contra a vítima e fugiu. Uma semana após ser preso, o vereador foi solto.
10 – Wandson Reis dos Santos
Quatro policiais militares foram presos em abril deste ano suspeitos de envolvimento em um suposto confronto, que resultou na morte de duas pessoas no Setor Jaó, em Goiânia. Um dos PMs foi filmado atirando contra um carro e tirando uma arma de uma sacola durante uma ação policial. Em nota, a Secretaria Pública de Goiás (SSP-GO) informou que as prisões de Wellington Soares Monteiro, Marcos Jordão Francisco Pereira Moreira, Wandson Reis dos Santos e Pablo Henrique Siqueira e Silva, que integram o Comando de Operações de Divisas (COD), foram efetuadas em ação conjunta da Polícia Civil e a Corregedoria da Polícia Militar. O crime ocorreu no dia 1º de abril, por volta de 15h30.