O prêmio foi concedido à jornalista Narges Mohammadi, iraniana defensora dos direitos das mulheres, trabalho que levou á prisão
A ativista iraniana Narges Mohammadi recebeu, nesta sexta-feira (6/10), o Prêmio Nobel da Paz 2023. A jornalista, que está presa e foi condenada, ao todo, a 31 anos de prisão, recebeu a condecoração “"por sua luta contra a opressão das mulheres no Irã e por sua luta para promover os direitos humanos e a liberdade para todos".
O anúncio foi feito pela presidente do Comitê Norueguês do Nobel, Berit Reiss-Andersen. Narges nasceu em Zanjan, no Irã, e se tornou física e engenheira. Foi na época em que cursava o ensino superior que passou a expor textos e artigos em defesa dos direitos das mulheres. À época, chegou a ser presa duas vezes em reuniões do grupo político de estudantes, chamado de Grupo de estudantes iluminados.
Narges também trabalhou como jornalistas e, em 2003, se uniu ao Centro de Defensores dos Direitos Humanos. Ao todo, Narges foi presa mais de 10 vezes e condenada cinco vezes — as penas somam, ao todo, em 31 anos de prisão e 154 chicotadas.
Recentemente, voltou a enfurecer as autoridades iranianas ao se tornar uma das vozes mais ouvidas nas denúncias sobre a morte de Mahsa Amini, em dezembro de 2022 — ela morreu no hospital em circunstâncias suspeitas após ser presa pela Polícia da Moralidade do Irã.
O movimento gerou protestos em todos os país e mundo. À época, Narges publicou, na BBC, um artigo no qual detalha abuso sexual e físico de mulheres detidas pela corporação militar.