Segundo o partido político que ela faz parte, Sasha já recebeu "numerosas ameaças de morte" por conta de seu ativismo.
A ativista da luta antirracismo Sasha Johnson foi baleada na cabeça na madrugada deste domingo (24). O ataque ocorreu no sul de Londres, em Peckham. A "Pantera Negra de Oxford", como foi apelidada, está internada em estado grave na UTI de um hospital nas redondezas.
Sasha foi oradora e teve papel de liderança em diversos protestos do movimento Black Lives Matter (BLM). Além disso, ela é líder do partido Taking the Iniciative (Tomando a Iniciativa, em tradução livre), organizado por cidadãos negros em Londres.
Segundo o partido político que ela faz parte, Sasha já recebeu "numerosas ameaças de morte" por conta de seu ativismo. A polícia londrina ainda investiga o crime, mas, para eles, não há motivos para acreditar que ela teria sido o alvo proposital do tiroteio.
Imarn Ayton, amiga de Sasha, também não acredita que ela tenha sido o alvo do ataque. "Até onde sabemos, ela estava em uma festa", afirmou em entrevista a BBC.
"Havia uma gangue rival que pode ter ouvido falar de alguém naquela festa com quem eles não se sentiam à vontade ou confiavam, e por isso eles recorreram a passar de carro e atirar no jardim, e um desses tiros obviamente atingiu Sasha Johnson", contou Imarn sobre a noite que a amiga foi baleada. E continuou dizendo: "Não acredito que ela era a vítima pretendida".
"Este foi um incidente chocante que deixou uma jovem com ferimentos muito graves. Nossos pensamentos estão com sua família, que está recebendo apoio neste momento terrivelmente difícil... Se você viu algo suspeito na área da Consort Road nas primeiras horas da manhã de domingo ou se ouviu informações que possam ajudar os detetives, entre em contato", disse o representante da polícia de Londres.
Sasha é formada pela Universidade de Oxford Brookes e é mãe de dois filhos. Em um comunicado oficial no Instagram, o partido informou sobre a situação e pediu orações.
"Sasha sempre lutou ativamente pelos negros e pelas injustiças que cercam a comunidade negra, além de ser membro do BLM [Black Lives Matter] e do Comitê de Liderança Executiva do partido Taking the Initiative. Sasha também é mãe de 2 filhos e uma voz forte e poderosa para nosso povo e nossa comunidade", informa a postagem
O trabalho da ativista ganhou destaque ano passado nos protestos do movimento BLM, que ocorreram após o assassinato no norte-americano George Floyd. Sua morte, causada pelo policial branco, Derek Chauvin, completa um ano hoje (25) e foi o estopim para manifestações antirracistas ao redor do mundo.
A frase "I can't breathe" (Eu não consigo respirar), dita por George Floyd, durante quase 9 minutos sendo sufocado por Derek, foi vociferada nos atos como forma de denúncia. Os manifestantes também derrubaram estátuas que homenageavam escravocratas britânicos.