Com fim do auxílio emergencial, moradores de Mesquita, Baixada Fluminense, fazem fila por comida
Com o fim do auxílio emergencial, a situação financeira de trabalhadores informais se agravou ainda mais durante a pandemia, como mostrou o RJ2 nesta terça-feira (26).
Famílias do bairro da Chatuba, em Mesquita, na Baixada Fluminense, relatam dificuldades para suprir as necessidades básicas pela falta de renda.
"Sobrevivo com a ONG, que todo mês ajuda com uma cesta básica e uma prima minha que de vez em quando ajuda como pode. Mas tem dia que não tem as coisas dentro de casa, tá complicado. Emprego no momento não está tendo. A gente procura, manda currículo, mas ninguém chama", disse Amanda do Nascimento. Ela está desempregada há sete meses por causa da pandemia e teve o bolsa família bloqueado há um ano.
A Chatuba é uma das áreas mais pobres do município. A única instituição que atua no apoio à população local é o Instituto Mundo Novo, um projeto de educação infantil, cultura e alimentação comunitária.
Desde o início de janeiro, todos os dias, as pessoas formam uma fila na porta do instituto em busca de comida.
"É uma fila da fome. Não só a fila, como os telefones não param de tocar. As nossas redes sociais, as pessoas pedindo ajuda. Os pedidos de ajuda não param de chegar. São famílias que vivem em casas insalubres, famílias numerosas, com muitas crianças", afirmou Bianca Simãozinho, fundadora do Instituto Mundo Novo.
Além das dificuldades financeiras para comprar comida e remédios, outra moradora contou que falta água em casa.
"A água é um problema, só tem um pouco de água agora. Tem uma que a gente pega do poço, que é meio amarela, e eu uso para lavar a louça, mas na torneira não tem água", disse Maria do Socorro Almeida, moradora que perdeu parte dos móveis em uma enchente e recebe doações para recuperar a mobília.
Sobre a falta de água na casa de Maria do Socorro, a Cedae informou que irá atender a moradora em 24h. Segundo ela, a visita é esperada há dois meses.