A atriz estava internada desde o fim de novembro na UTI da Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro
Morreu, neste domingo (20), a atriz Nicette Bruno, aos 87 anos. Ela estava internada desde o dia 29 de novembro na UTI da Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro, e enfrentava a COVID-19.
Casada com o ator Paulo Goulart, falecido em 2014, Nicette deixa três filhos, os também atores Beth Goulart, Bárbara Bruno e Paulo Goulart Filho, além de sete netos.
Pioneira na TV
A estreia na televisão foi no ano de inauguração da TV Tupi, em 1950. Além de participações em recitais e teleteatros no canal, Nicette atuou na primeira versão do "Sítio do Picapau Amarelo", exibida entre 1952 e 1962.
A primeira novela foi em "Os Fantoches" (1967), de Ivani Ribeiro, na TV Excelsior. Na TV Tupi participou de títulos como "Meu Pé de Laranja Lima" (1970) e "Éramos Seis"(1977). Também atuou na última novela da Tupi, "Como Salvar Meu Casamento" (1979), encerrada antes de ser concluída.
"Foi triste. Durante um ano, sofremos muito, mas mantivemos o entusiasmo. Isso faz parte do artista brasileiro: ele não sucumbe, não entrega os pontos facilmente", disse ela.
Carreira
Nicette estreou na Globo em 1980 no seriado "Obrigado, Doutor", em que contracenava com Francisco Cuoco.
Entre as principais novelas que fez na emissora estão "Sétimo Sentido" (1982) e "Selva de Pedra" (1986), de Janete Clair, "Louco Amor" (1983), de Gilberto Braga, Clair; "Bebê a Bordo" (1988) e "Perigosas Peruas" (1992), de Carlos Lombardi; "Rainha da Sucata" (1990), de Silvio de Abreu e o remake de "Mulheres de Areia" (1993), de Ivani Ribeiro.
As últimas novelas de destaque foram em "I Love Paraisópolis" (2015), Alcides Nogueira Mário Teixeira, "Pega Pega" (2017), de Claudia Souto, e "Órfãos da Terra" (2019), de Duca Rachid e Thelma Guedes, sendo esta última a vencedora do Emmy Internacional neste ano.
Eterna Dona Benta
Além de atuar na primeira versão do "Sítio do Picapau Amarelo", Nicette interpretou a personagem Dona Benta entre 2001 e 2004, na segunda adaptação da história de Monteiro Lobato feita pela TV Globo.
"O diretor Roberto Talma queria que a Dona Benta tivesse uma identificação com a criança de hoje, mas preservando a essência da personagem. Achei muito interessante a ideia de ela se comunicar com o Pedrinho via internet, ao mesmo tempo dizendo ao neto: 'Olha, tem tempo que você não me escreve uma carta ou um bilhete. Não devemos nos comunicar só por meio do computador. A emoção da escrita é muito grande, e eu quero sentir essa sensação'. Até hoje me chamam de Dona Benta", afirmou a atriz para o site Memória Globo.