Cristiana Lôbo tinha mieloma múltiplo e estava internada no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, por causa de uma pneumonia
A jornalista e colunista de política do G1 e da GloboNews Cristiana Lôbo morreu, nesta quinta-feira (11/11), aos 64 anos, em decorrência de complicações de um mieloma múltiplo, tipo raro de câncer. A informação foi divulgada pela emissora nesta manhã. Cristiana deixa o marido, Murilo, dois filhos, Gustavo e Bárbara, e dois netos, Antônio e Miguel.
Com mais de 30 anos de carreira, a jornalista se afastou da TV em agosto do ano passado para tratar da doença. No fim de semana, ela foi internada no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, por causa de uma pneumonia, e acabou não resistindo.
Ao anunciar a notícia, a colega Leilane Neubarth, da GloboNews, se emocionou. “Estamos todos sofrendo aqui, tá muito difícil fazer jornal neste dia, mas vamos seguir em homenagem a Cristiana”, disse. “Aprendi demais com ela como jornalista e ser humano”, acrescentou.
A jornalista Miriam Leitão também não conseguiu conter as lágrimas. “Esse é aquele momento difícil em que o jornalista tem que dar a notícia, mas, ao mesmo tempo, ele está muito envolvido com a notícia”, assinalou.
“Eu conheci a Cris em Brasília, fazendo jornalismo impresso. E eu vi a transição dela para a TV, sempre foi boa entrevistando, comentando, levantando bastidores, e sempre criou empatia com o público”, continuou Miriam.
O mieloma múltiplo é um tipo de câncer que ataca as células da medula óssea. Sem cura, a doença ocorre pela proliferação anormal e descontrolada dos plasmócitos, um tipo de glóbulo branco que atua como defesa do corpo. Entre os principais sintomas, estão dor óssea, anemia e insuficiência renal.
Trajetória
Cristiana nasceu em Goiânia (GO) e estudou Comunicação Social na Universidade Federal de Goiás. Começou a carreira cobrindo política no estado até se mudar para Brasília (DF).
Contratada pelo jornal O Globo, foi setorista do Ministério da Saúde, época em que viu ser criada a carteira de vacinação, e também acompanhou de perto as decisões do Ministério da Educação.
Um momento intenso na sua vida profissional foi a cobertura da campanha por eleições diretas no país, em 1984. “Naquele tempo, não existia celular, nem internet, a única coisa que havia era um telefone que você apertava e a redação ouvia. Eles pediam 15 linhas, e a gente tinha de fazer o retrato daquele momento”, recordou a jornalista ao Memorial da Globo.
No mesmo ano, ela iniciou a cobertura no Congresso Nacional, onde aproveitou para conhecer de perto e a fundo o trabalho de cada deputado. Em 1992, foi trabalhar com Ricardo Boechat e, logo depois, assumiu uma coluna no O Estado de S. Paulo.
Sua estreia na TV foi na GloboNews, em março de 1997, integrando o time de comentarista do Jornal das 10. Ao longo de 24 anos no canal, Cristiana passou por todos os telejornais da casa. Também teve um programa, Fatos e Versões, e uma coluna no G1.