Laudo obtido com exclusividade pela TV Globo aponta que veículo rodava com média de 48 km/h, bem abaixo dos 70 km/h permitidos no local
A Polícia Civil concluiu que o motorista de aplicativo que atropelou o ator Kayky Brito na orla da Praia da Barra da Tijuca, na madrugada de 2 de setembro, estava abaixo da velocidade da via.
De acordo com o relatório final da 16ª DP (Barra da Tijuca), obtido pela TV Globo com exclusividade, Diones Coelho da Silva dirigia seu veículo a uma média de 48 km/h no momento da colisão. A permissão naquele trecho da Avenida Lúcio Costa, altura do Posto 6, é de até 70 km/h.
Kayky sofreu politrauma corporal e traumatismo craniano (entenda) e passou semanas na UTI, mas vem se recuperando e deixou a unidade intensiva na sexta-feira (22).
O delegado Ângelo Lages concluiu que Diones não responderá por crime algum porque ficou comprovado que:
“Ele ainda realizou ações para evitar a colisão, apesar da escassez temporal para reação e frenagem. Entendemos que todos os elementos colhidos em depoimentos, laudos e vídeos, além da atitude de socorrer a vítima, isentam o motorista de qualquer responsabilidade”, explicou Ângelo.
A polícia vai agora solicitar o arquivamento do caso e encaminhar o inquérito ao Ministério Público, que posteriormente seguirá para a Justiça.
O laudo de perícia produzido pelo Instituto Criminalista Carlos Éboli (ICCE) atestou que o condutor do Fiat Cronos, placa LVE 9B86, estava a menos de 10 metros do ator e a 0,73 segundo de distância de Kayky quando o artista iniciou a travessia na pista, correndo e saindo de trás de outro carro.
De acordo com os peritos, para ter um tempo hábil de reação e tentar evitar uma possível colisão, a distância inicial entre condutor e pedestre deveria ser de mais de 26 metros. Ou seja, mais do que o dobro.
“O laudo é esclarecedor, e não restam dúvidas. A distância entre carro e vítima no instante em que ele inicia a travessia, mesmo a uma velocidade abaixo da permitida, era insuficiente para que o motorista percebesse, reagisse e parasse o veículo sem impacto.”