Estudo da UFG sugeriu medida crítica para evitar aumento exponencial de mortes; pior cenário é de 18 mil óbitos até setembro
Caiado adota lockdown: "o que for prerrogativa do Estado vai fechar a partir de amanhã (terça, 30)", afirmou o governador (Foto: divulgação/Governo)
O governador Ronaldo Caiado (DEM) aplicará lockdown a partir desta terça-feira (30) em Goiás. O fechamento das atividades administrativas e econômicas ocorrerá por um período intercalado de 14 dias até setembro, conforme sugeriu mais cedo estudo da Universidade Federal de Goiás (UFG). “Tudo o que for prerrogativa do governador estará fechado pelos próximos 14 dias. Não dá para ficar no mais ou menos, o que é prerrogativa do governador estará fechado a partir de amanhã. O que for essencial com todo o controle daqueles que estão trabalhando poderá ser mantido dentro de critérios”, destacou Caiado.
Detalhamento das medidas do estado ocorrerá em coletiva de imprensa a ser agendada para esta segunda-feira (29)
Municípios, de acordo com decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) têm autonomia para adotar medidas em seus territórios. Segundo biólogo Thiago Rangel, da UFG, o pior cenário para Goiás é de 18 mil mortes até o nono mês do ano. Estimativa foi apresentada em reunião com prefeitos, empresários, pesquisadores, representantes da área da Saúde e do setor produtivo nesta segunda-feira (29).
O governador chamou atenção dos participantes e pediu que refletissem sobre a situação da Covid-19 no estado. Ele argumentou que está ciente do quadro social, que tem atuado no trabalho de entregas de cestas básicas e assistência psicológica, além da preocupação com a recuperação econômica a partir da criação da Secretaria da Retomada.
Caiado disse que o momento exige dos governantes e do setor produtivo responsabilidade. “Se eu tivesse sobre mim a prerrogativa do Supremo de deliberação, eu decretaria os 14×14 e o rastreamento. Acho que a análise da UFG é compatível com os fatos e com o número de contaminados e óbitos, além dos que recorrem a leitos de UTI”, declarou.
Ronaldo reforça que mesmo com esforço não será possível chegar aos 2 mil leitos simultâneos de UTI que, segundo a UFG, seriam necessários para tratar os enfermos de covid-19 no cenário mais grave. De acordo com o governador, seria possível chegar aos 600, uma vez que há outras doenças que obrigam a manutenção de unidades para demais casos atendidos pela estrutura de saúde.
“Todos aqueles que analisaram a reabertura devem rever essa posição neste momento. Além do isolamento social, além do rastreamento dos portadores, da contratação de exames, para que aí sim que seja feito um levantamento e testagem das pessoas. Entendo que tem que ser um sistema de mutirão, convergindo para um único objetivo para não atingirmos esse número de óbitos projetados. Não podemos admitir isso, concordo com o professor Thiago, isso é imoral, como governador defendo uma ação dura, firme”, disse.
Caiado reforçou posição destacada pela UFG e destacou que prefeitos e representantes das entidades produtivas que não concordarem deverão se manifestar publicamente e assumir responsabilidades. “A posição do governador será de respaldar o que apresentou a universidade e tentar implantar”, afirmou.
Caiado ressaltou ainda a necessidade de aumentar a testagem nos municípios e procurar pontos de maior contaminação. Ele pede que planos de saúde também apresentem alternativas de leitos de UTIs daqueles que são segurados.
Samuel Straioto - Mais Goiás
Ana Paula Xavier da Silva
Concordo com uma redução das atividades e toque de recolher...