Foram quase 650 casos suspeitos da doença em apenas quatro meses. Doença é considerada benigna, tendo tratamento somente para os sintomas
A Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) informou, nesta terça-feira (02/05), ter registrado 646 casos suspeitos da síndrome mão-pé-boca (SMPB) no estado entre janeiro e abril de 2023. Foram 56 surtos em 14 municípios. Doença é considerada benigna, tendo tratamento somente para os sintomas. No entanto, de acordo com especialistas, além de ser extremamente contagiosa, pode evoluir para um quadro mais grave se não receber a devida atenção.
Segundo informações do Ministério da Saúde, são sinais característicos da SMPB: febre; aparecimento na boca, amígdalas e faringe, de manchas vermelhas com vesículas branco-acinzentadas no centro que podem evoluir para ulcerações; erupção de pequenas bolhas em geral nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, mas que pode ocorrer também nas nádegas e na região genital; mal-estar; falta de apetite, vômitos e diarreia.
Aparecida de Goiânia – 288
Goiânia – 131
Santo Antônio da Barra – 64
Mundo Novo - 40
Silvânia – 37
Pires do Rio – 23
Ouvidor – 13
Corumbaíba – 11
Cumari – 11
Caldas Novas – 10
Cezarina – 6
Jesúpolis – 5
Carmo do Rio Verde – 4
Barro Alto – 3
A pasta informou ainda que “realiza o trabalho de capacitação de investigação de surtos e manejo clínico, faz o monitoramento dos casos e elabora as notas técnicas com as informações para os municípios”. “O atendimento e tratamento dos casos é feito pelas unidades locais de saúde nos municípios, concluiu.
À reportagem, a médica infectologista Juliana Barreto explica que a síndrome mão-pé-boca é uma doença viral benigna e extremamente contagiosa, e que tende a desaparecer sozinha no prazo médio de sete a 10 dias. O contágio, segundo ela, ocorre pelo contato físico (o que explica, por exemplo, que ela ocorra sobretudo em crianças em escolas e creches).
Juliana destaca que a síndrome não tem um tratamento específico, mas os sintomas (febre e lesões na boca, mãos e pés) podem ser tratadas com medicamentos específicos. Ao ser infectada, o indicado, de acordo com a infectologista, é que a criança seja afastada das demais e fique em isolamento em casa.
A necessidade de internação hospitalar depende do estado da pessoa infectada. "Se a criança está muito nervosa, muito chorosa, com lesões muito intensas na boca e não consegue comer", a ida ao hospital é indicada, afirmou a médica, ao acrescentar que a doença merece muita atenção e cuidados.
As formas mais eficazes de prevenção contra a doença, de acordo com Juliana, é a devida higienização das mãos e objetos de uso pessoal e coletivo, principalmente em locais com grande quantidade de crianças. A infectologista enfatiza ainda que quem pegou uma vez, pode facilmente pegar de novo, já que não é uma doença que, curada, ofereça "imunidade permanente".
A reportagen entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Aparecida de Goiânia, que declarou que "não há indicativo de aumento dos casos de síndrome de mão-pé-boca no município". "A doença é notificada em situações de surtos. Neste ano, a pasta identificou dois surtos, que já foram encerrados, e outros dois estão em investigação. Eles totalizam 31 casos".
Contudo, afirmou a pasta, "a Vigilância em Saúde da SMS implementou uma nova estratégia de monitoramento contínuo de casos suspeitos. Agora a pasta realiza o acompanhamento semanal em todas as unidades de saúde da rede, seja Unidades Básicas ou de Urgência, dos casos suspeitos, independentemente de surtos, que são devidamente investigados. Até a presente data (02/05/23) o município identificou 138 casos nesse perfil."
"A pasta reforça a importância das boas práticas de higiene para prevenção da doença. Orientações sobre a correta lavagem das mãos e de objetos e superfícies que tenham contato com doentes, bem como o distanciamento e higiene respiratória têm sido reforçadas nas unidades escolares. Sintomáticos são afastados de atividades coletivas", arrematou.
Já a Secretaria de Saúde de Goiânia declarou que "a síndrome mão-pé-boca, causa pelo enterovírus Coxsackie, é de notificação compulsória em casos de surto apenas, com 3 casos ou mais em instituição fechada".
"A SMS orienta que as escolas que possuem casos suspeitos notifiquem o surto imediatamente, isole os casos sintomáticos e acompanhe os contactantes frente a qualquer caso suspeito da síndrome. A Secretaria Municipal de Educação tem atuado de forma ativa na identificação precoce dos casos nas escolas do município", concluiu.