Jornalista recebeu quase 255 mil votos e disse que não esperava resultado tão expressivo. Ela quer focar seu mandato em projetos voltados para a área social
Silvye Alves (UB), deputada federal mais votada de Goiás, quer focar seu mandato em projetos voltados para a área social, principalmente em defesa das mulheres. A jornalista recebeu quase 255 mil votos e disse que esse total não era seu principal objetivo.
"Meu projeto é o seguinte: construir casa própria para mulheres vítimas de violência, mães solo, resgatar essa mulher do lar de agressão junto com seus filhos, porque se ela tiver uma moradia própria e qualificação - a gente já conseguiu uma contrapartida com indústrias para empregar essas mulheres - ela vai ter emprego, moradia e, com certeza, vai ficar longe do agressor", disse.
Silvye tem 41 anos e essa foi a primeira eleição que disputou. Ela também defende que algumas leis sejam alteradas para garantir mais segurança às mulheres e punição aos agressores. Entre elas, endurecer a pena para o crime de ameaça, que atualmente tem pena de um a seis meses de detenção. Com isso, mesmo quando há condenação, a pena é convertida em outras medidas, como serviços comunitários ou multa.
"Toda pessoa que chega a matar, ela já ameaçou algumas vezes, já deu alguns gatilhos que ia cometer aquele feminicídio. O crime de ameaça tem que ser tratado com muita seriedade no Brasil e ele não é", disse.
Silvye contou que entrou na política após buscar ajuda para criar uma ONG para auxiliar as mulheres, mas os políticos a quem pediu ajuda quiseram usar isso como um carro-chefe em suas campanhas. Assim, acabou decidindo que ela mesma se candidataria para conseguir desenvolver o projeto.
Ela recebeu 254.653 votos, o que representa 7,39% do total. Ela disse que não esperava o resultado tão expressivo, mas sempre trabalhou para vencer.
"Eu comecei a perceber que a gente sairia vitorioso quando eu chegava nos lugares e a pessoa batia a mão no peito e falava: 'Meu voto é seu'. Aquilo me arrepiava inteira e eu pensava: 'A gente tem chance de ganhar'. Mas, ser a mais votada, não era minha responsabilidade, e sim de quem já tinha mandato", afirmou.