Três integrantes do grupo de elite da corporação, o GT-3, são suspeitos de envolvimento no crime. Eles teriam se passado por policiais federais
Um agente do grupo de elite da Polícia Civil (PC) de Goiás, o GT-3, foi preso e autuado em flagrante por, supostamente, sequestrar e extorquir dono de cassino em Alto Paraíso de Goiás. Detenção ocorreu neste sábado (5). De acordo com as investigações, ele e outros dois integrantes da corporação teriam obrigado a vítima a transferir quase R$ 1 milhão em bitcoins para a conta de um deles.
O empresário, que não teve o nome revelado, procurou a Polícia Militar na tarde de sábado para revelar a história. Segundo ele, foi abordado pelo trio quando saía de uma pousada em uma caminhonete Toyota Hilux.
O grupo ocupava uma Land Rover e desembarcou armado com fuzil, metralhadora e pistolas, Todos se apresentaram como policiais federais.
Rendido, o empresário diz ter sido levado até um dos chalés da pousada, onde foi obrigado a abrir seu celular, mostrar todas as transações e aplicativos bancários. Depois, ameaçado com uma pistola em sua cabeça, teve que repassar 4.485 bitcoins à conta de um dos suspeitos. Em Reais, este valor equivale a R$ 900 mil.
Não satisfeitos, os suspeitos teriam exigido mais dinheiro e também contatos de outros investidores em criptomoedas. O homem só foi liberado depois que convenceu o trio de que não tinha mais dinheiro ou informações que levassem os suspeitos a outras vítimas.
Poucas horas após o comunicado do sequestro seguido de extorsão, militares da CPE de Luziânia abordaram a Land Rover ocupada pelos suspeitos na na GO-436, perto de Cezarina. Os três se apresentaram como policiais civis.
Na oportunidade, apresentaram seus distintivos, carteiras funcionais e armas. Todos alegaram integrar o grupo de elite da Polícia Civil, o GT-3. Afirmaram também que estavam na região para conduzir uma investigação. Os três foram liberados porque a ocorrência ainda não constava oficialmente na rede de comunicação da PM.
Momentos depois, porém, equipe da CPE conseguiu acesso à internet e pode verificar que a ocorrência já estava na rede de comunicação da corporação. Os militares então retornaram à cristalina e localizaram o proprietário da Land Rover.
O agente, que tem 40 anos, confessou participação no delito, e afirmou que seus colegas já haviam retornado para Goiânia.Chamado para acompanhar o caso, o delegado Cassius Zamo, que estava de plantão em Cezarina deu voz de prisão ao agente, lavrou o flagrante e apreendeu armas, munições e a carteira funcional do detido.
Informações extraoficiais indicam que os outros dois agentes que também teriam participado do sequestro e extorsão se apresentaram neste domingo (6), na Corregedoria da Polícia Civil, em Goiânia. Ambos seguem em liberdade.
A Polícia Civil se manifestou por meio de nota. Veja a íntegra:
“A Polícia Civil de Goiás informa, sobre o caso da dupla de policiais envolvida no caso das bitcoins, que sua Gerência de Correições e Disciplina adota, desde as primeiras horas deste domingo (6), todas as providências cabíveis, de acordo com a legislação, para investigar o caso.A Gerência não se pronunciará neste momento para que as investigações não sofram intercursos mas, em momento oportuno, a sociedade será informada de mais detalhes do caso.
A Polícia Civil de Goiás informa, sobre o caso da dupla de policiais envolvida no caso das bitcoins, que sua Gerência de Correições e Disciplina adota, desde as primeiras horas deste domingo (6), todas as providências cabíveis, de acordo com a legislação, para investigar o caso.
A Gerência não se pronunciará neste momento para que as investigações não sofram intercursos mas, em momento oportuno, a sociedade será informada de mais detalhes do caso.
Informamos, também, que os policiais, que estavam ainda em período de estágio, serão recolhidos do Grupo Tático nesta segunda-feira (7). Os procedimentos serão lavrados e conduzidos até o total esclarecimento do caso.