O equipamento foi levado da maternidade nesta terça-feira (23) para a Seção de Engenharia Forense da corporação e está sob análise de engenheiros do local
Peritos criminais fazem a retirada da incubadora da maternidade. (Foto: Divulgação/Polícia Científica)
A Polícia Técnico-Científica de Goiás analisa a incubadora que teria queimado uma recém-nascida na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Judas Tadeu, em Goiânia. O equipamento foi levado da maternidade nesta terça-feira (23) para a Seção de Engenharia Forense da corporação e está sob análise de engenheiros do local.
A incubadora irá passar por uma série de exames para verificar se o funcionamento da máquina está de acordo com as instruções do fabricante e se ela atende ao normativo técnico da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
“A princípio não podemos falar que tem algum problema de funcionamento. Somente após os resultados será possível afirmar se a incubadora foi responsável ou não por causar as queimaduras”, disse o perito criminal Tarcísio Valentim.
De acordo com ele, um dos exames mais importantes é sobre a homogeneidade da distribuição de calor dentro do equipamento. “É esse exame que vai apontar se a incubadora possui potencial para causar possíveis lesões de queimadura tanto no profissional que a manuseia quanto no paciente”, afirmou.
O relatório da perícia ainda não tem prazo para ser entregue, já que diversos exames deverão ser realizados. Além disso, a corporação depende de outros documentos. “Nós vamos requisitar manuais, histórico de manutenção da incubadora e iremos estudar especificações para que cheguemos a uma conclusão. O que podemos dizer é que existe uma equipe de engenheiros que vai dar celeridade ao trabalho”, comenta o perito.
Ainda segundo Valentim, a máquina foi previamente observada pela empresa terceirizada responsável pela manutenção do equipamento. “Nós recebemos informação de que o hospital tirou imediatamente a incubadora de uso depois do fato. A instituição agiu com prudência e a máquina foi analisada por uma empresa”.
A maternidade informou que a instituição abriu uma comissão de ética para apurar o caso, mas não irá se pronunciar sobre o assunto no momento.
Investigação
Responsável pelo caso, a delegada Caroline Borges, da Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente, afirmou à reportagem que aguarda o laudo para dar prosseguimento às diligências. Informações sobre os profissionais que estavam de plantão e que cuidavam da recém-nascida também foram solicitadas ao hospital. A delegada espera a relação de nomes e deve ouvir todos os envolvidos em breve. Até o momento, apenas os pais da bebê foram interrogados.
A menina está internada desde o dia 27 de junho, por ter nascido prematura, em outra unidade de saúde. Ainda não há previsão de alta. Os pais da bebê denunciaram o caso à Polícia Civil (PC) na última sexta-feira (19), depois de notarem e registrarem imagens das lesões. De acordo com relato da família à imprensa, uma enfermeira comentou que a incubadora estaria com problemas, mas não oferecia perigo.
Mais Goiás