Pesquisa feita pela Goiás Turismo com dados do primeiro quadrimestre mostra que apenas duas das 10 áreas pesquisadas tiveram saldo positivo
A pandemia do coronavírus e as medidas de isolamento social tiveram um impacto de R$ 6,7 milhões na área do turismo em Goiás. É o que aponta um estudo feito pela Goiás Turismo, que juntou informações do primeiro quadrimestre do ano e comparou com o mesmo período de 2019.
O estudo foi feito com base no recolhimento do ICMS da área em diversas regiões turísticas goianas. De acordo com os dados apresentados, só no mês de abril de 2020 a queda na arrecadação das Atividades Características do Turismo (ACTs) foi de 61,4%. A região da Chapada dos Veadeiros, por exemplo, arrecadou cerca de R$ 9 mil de imposto no mês em questão, contra R$ 41 mil no ano passado.
A área de Negócios e Tradições, que mais movimenta dinheiro, também sofreu um impacto grande. Nos primeiros três meses do ano, o recolhimento de ICMS foi semelhante ao de 2019. O mês de janeiro, inclusive, foi melhor, com cerca de R$ 1 milhão a mais de arrecadação.
O quadro mudou com início da pandemia e, no mês de abril, foram movimentados R$ 2 milhões em impostos, contra R$ 7 milhões do ano passado. Em todo o primeiro quadrimestre, o desfalque é de R$ 4,9 milhões.
Apenas dois dos dez setores levantados tiveram saldo positivo no quadrimestre. A área de Águas Quentes teve um crescimento de 5,9%, arrecadando cerca de R$ 430 mil a mais do que no ano passado; e a área do Vale do Araguaia, que cresceu 14%, com uma arrecadação de R$ 19 mil a mais.
O estudo ressalta que, de acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT), a previsão é que o número de turistas internacionais pode cair de 60% a 80% em 2020, o que significa 67 milhões a menos de pessoas de outros países vindo ao Brasil. “A previsão é que a demanda doméstica pode se recuperar antes da demanda internacional, de acordo com a pesquisa do Painel de especialistas da OMT. A maioria espera começar a ver sinais de recuperação no último trimestre de 2020, mas principalmente em 2021”, diz o texto.
O levantamento aponta, também, que as empresas não estão otimistas com o cenário econômico de 2020. A Rede Brasileira de Observatórios de Turismo, em parceria com o Observatório do Turismo da Goiás Turismo, apurou que 64,2% das empresas goianas no setor irão precisar de crédito para honrar seus compromissos. Além disso, 18,1% afirmaram não saber e 17,7% disseram que não precisaram buscar empréstimos na praça.
Além disso, 62,7% dos empresários do Turismo acreditam que terão uma queda superior a 50% no faturamento. Outros 30% estimam uma queda de 26 a 50%. Apenas 1,5% preveem crescimento.