Operadores do sistema e regulação estadual são alvo de afastamento, mandados de prisão e de busca e apreensão
Operação contra corrupção investiga servidores públicos da Saúde Estadual por receberem pagamentos de R$ 5 mil para que pacientes específicos pudessem furar fila de procedimentos a serem realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em Goiás. Apenas um operador de regulação teria realizado pelo menos 1,9 mil inserções irregulares em seis meses. Policiais civis cumprem, nesta quinta-feira (09/02), 22 mandados de prisão temporária e de busca apreensão, bem como ordens de afastamento cautelar de envolvidos de suas funções públicas. Mandados são executados em Goiânia e outras cinco cidades do interior.
Segundo as investigações, fraudes ocorriam em listas de cirurgias eletivas, consultas médicas, exames e internações custeados pelo serviço público de saúde. Envolvidos teriam pago, principalmente, para ter acesso prioritário a procedimentos estéticos.
De acordo com a Polícia Civil, as fraudes causam sobrecarga nas vagas das unidades hospitalares, prejudicando aqueles que, de fato, necessitam realizar os procedimentos médicos.
Suspeita-se que, só nos últimos seis meses, apenas um operador tenha feito mais de 1,9 mil inserções fraudulentas no sistema de regulação médica estadual. A polícia afirma que alguns operadores nem mesmo são vinculados a Unidades de Saúde do Estado ou dos municípios.
O Ministério Público acompanha toda ação. Estão sendo cumpridos mandados em Goiânia, Goianira, Anápolis, Damolândia, São Miguel do Araguaia e Teresina de Goiás. Entre os endereços em que foram cumpridos mandados estão um edifício na Avenida T-4, em Goiânia, e um condomínio fechado.
Envolvidos podem responder por crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, inserção de dados falsos em sistema de informação e associação criminosa.