Esquema contava com a participação de servidores públicos vinculados ao Sine, segundo a PF. Investigação começou após o Ministério do Trabalho notar a liberação irregular dos benefícios
Operação cumpre mandados de prisão contra suspeitos de fraudar seguro-desemprego em Goiás e mais quatro estados — Foto: Divulgação/PF
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (4), a Operação RedeX, para combater fraudes da obtenção e recebimento do Seguro-Desemprego. Segundo a PF, a investigação confirmou 12 mil requerimentos fraudados do benefício, que causaram um prejuízo de mais de R$ 11 milhões aos cofres públicos.
Como os nomes dos suspeitos não foram divulgados, a reportagem não conseguiu contato com a defesa deles até a última atualização desta reportagem.
Os policiais cumprem 21 mandados judiciais, sendo 7 mandados de prisão preventiva, 1 mandado de prisão temporária e 13 mandados de busca e apreensão, nas cidades de Jataí, em Goiás, Cuiabá e Sinop no Mato Grosso, Macapá, no Amapá, Parauapebas e Redenção, no Pará e São Luís, no Maranhão.
A PF divulgou que as investigações começaram em 2022, depois que a área de inteligência trabalhista do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) notou a liberação irregular de benefícios do seguro-desemprego, contando inclusive com a participação de servidores públicos e pessoas localizadas em vários estados.
A reportagem pediu informações ao MTE, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
A investigação indicou que o grupo criminoso recrutou servidores públicos vinculados ao Sistema Nacional de Emprego (Sine), prometendo propina para eles inserirem informações falsas no sistema do MTE. Além disso, a proposta era de que os funcionários emprestassem suas senhas para que outras pessoas cometessem as fraudes, segundo a PF.
Após os servidores aceitarem, as parcelas indevidas do Seguro-Desemprego eram pagas a laranjas, que repassavam parte do valor aos organizadores do esquema criminoso, como mostrou a investigação.
O benefício é pago pelo Governo Federal para garantir assistência financeira temporária ao trabalhador dispensado involuntariamente.
O grupo é investigado por estelionato, corrupção ativa, inserção de dados falsos em sistema de informações e associação criminosa. Os mandados foram expedidos pela 5ª Vara Federal Criminal de Goiânia.