Desempregada e mãe de três crianças, ela acredita que foi vítima de fraude. INSS disse que está apurando o caso internamente e, em caso de suspeita de crime, avisará a Polícia Federal
A desempregada e viúva Elisete Alves de Oliveira Silva, de 27 anos, denuncia que teve mais de R$ 72 mil sacados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) do nome dela no Rio de Janeiro (RJ), onde ela nunca esteve. Moradora de Alexânia, no Entorno do Distrito Federal, ela registrou o caso na Polícia Civil, que passou à Polícia Federal - corporação com competência para apurar o que aconteceu.
O INSS informou que também apura o caso internamente e, "caso haja indício ou suspeita de crime", a denúncia também será encaminhada à PF, como de praxe.
Ao g1, a Polícia Federal afirmou que não comenta sobre investigações em andamento para garantir o sucesso dessas operações.
Elisete contou que tinha um benefício por causa de uma epilepsia diagnosticada na infância. Ela disse que recebeu um auxílio dos 6 aos 17 anos por causa das despesas médicas. No entanto, em 2011, ela já havia sido curada, não apresentava mais o quadro e teve o benefício cortado.
"Desde então, eu não precisei mais e não pedi mais nada no INSS, até que meu marido morreu no Natal do ano passado. Em janeiro eu entrei com um pedido de pensão pela morte dele e ficava sempre em avaliação, até que eles me pediram para escolher entre ter o benefício pela morte do meu marido ou o da minha epilepsia", contou.
Quando recebeu essa orientação, ela voltou a uma agência do INSS e descobriu o que havia acontecido:
"Cheguei na agência de Anápolis e me falaram que tinham sacado R$ 72 mil no Rio de Janeiro no dia 28 [de junho]. Não fui eu! Eu nunca saí aqui de Goiás. E ainda me disseram que parte desse dinheiro ia ser descontado da minha pensão, quando ela saísse", desabafou.
Segundo Elisete, os funcionários do INSS explicaram que o valor era referente à pensão dela por epilepsia que, por algum motivo, teria sido reativada no último mês de junho, liberando valores retroativos a 2017.
"Não tinha lógica, eu não recebi esse dinheiro. Fui vítima de uma fraude. [...] Sacaram R$ 65 mil depois mais R$ 7 mil, tudo no mesmo dia. Agora eu tenho que provar que não fui eu quem saquei esse benefício, porque eles estão querendo descontar da minha pensão, quando ela sair", completou.
Desempregada, Elisete disse que cuida dos filhos de 6, 4 e 1 ano com ajuda dos familiares e está precisando do benefício que aguarda há seis meses.
Sobre a liberação deste benefício para Elisete, o INSS disse que o pedido dela "já seguiu para análise e deverá ser concluído nos próximos dias”.