O grupo contava ainda com a colaboração de uma adolescente, um servidor público e policiais militares não identificados.
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) ofereceu denúncia contra 30 pessoas que adulteravam e vendiam remédios para emagrecer, em Goiás. Toda medicação era fabricada, distribuída e revendida sem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
A ação, batizada de Operação Dieta Sadia, foi deflagrada no início de dezembro, na região Sudoeste do Estado. A operação foi realizada em conjunto com a Polícia Civil, contando com a participação de promotores das comarcas de São Simão, Paranaiguara e Cachoeira Alta e apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Conforme apurado, com a adulteração dos remédios os integrantes da quadrilha cometiam os crimes de organização criminosa, falsificação de remédios, ocultação de origem de bens, posse ilegal de armas, corrupção de menor e falso testemunho.
O esquema denunciado pelo MP onde 30 pessoas adulteravam e vendiam remédios para emagrecer, em Goiás
Conforme apurado na Operação Dieta Sadia, os remédios ilegais para emagrecimento eram comercializados nas cidades de Cachoeira Alta, Paranaiguara e São Simão. O grupo contava ainda com a colaboração de uma adolescente, um servidor público e policiais militares não identificados.
Os remédios eram produzidos à base de anfetamina, inibidora de apetite, sibutramina, e dos depressivos fluoxetina e diazepam. Além disso, também eram utilizados remédios para dor e estimulantes sexuais.
De acordo com a denúncia do MP, a quadrilha contava com altíssimos lucros com a adulteração dos remédios para emagrecer. Os denunciados usavam laranjas e empresas de fachada para movimentar e lavar o dinheiro recebido, por meio da compra e venda de imóveis e veículos.
Entre os denunciados está um casal que, somente em veículos, incluindo um Porsche, tinha quase R$ 1 milhão. Na operação, foram apreendidos 25 documentos de imóveis, como apartamentos, terrenos, sítios e mansão nas cidades de Rio Verde, Paranaiguara, Uberlândia (MG) e Imperatriz (MA), entre outros bens.
A organização criminosa
Conforme as apurações, a organização criminosa foi constituída entre 2013 e 2016 por dois homens, com a ajuda de membros de suas famílias, sendo filho, sogro e cunhado de um dos fundadores da associação criminosa. Em 2013, um casal de donos de uma farmácia em Quirinópolis foram convidados a fazer parte do esquema.
A dupla então conseguiu mais de 20 pessoas para a organização, tendo cada integrante uma função específica, aumentando a produção e a capacidade de venda da mercadoria produzida por eles. As funções partiam desde chefes da organização até entregadores das mercadorias ilegais. Entre eles haviam vendedores, revendedores, produtores, transportadores, laranjas, entre outros.
Os laboratórios clandestinos estavam localizados em fazendas arrendadas por membros da organização criminosa, em Cachoeira Alta. No local foram encontradas diversas armas, algumas sem marca e numeração. Entre elas espingarda, revólveres e carabina, além de munições. Na casa de outros integrantes, em Paranaiguara, também foram encontradas armas e munições.
Todos os denunciados responderão por participação na organização criminosa; e pelo crime hediondo de falsificação, adulteração e venda de remédios destinados a fins terapêuticos ou medicinais sem registro no órgão de vigilância sanitária.
Alguns integrantes também devem responder pelo crime de falso testemunho; ocultação da natureza e origem de movimentação de propriedade de bens e valores provenientes de infração penal e corrupção de menor.
Com informações: MP/GO