Crime aconteceu em setembro de 2022. Pedido levou em consideração exame de insanidade mental feito pela Justiça, que concluiu que a mulher tem transtorno psicótico
Izadora Alves de Faria suspeita de matar as filhas Maria Alice, de 6 anos, e Lavínia, de 10, em Edéia Goiás — Foto: Reprodução/Redes Sociais
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) pediu a absolvição de Izadora Alves de Faria, que confessou ter matado as duas filhas afogadas e a facadas em Edéia, no sul de Goiás. O pedido levou em consideração o exame de insanidade mental feito pela Justiça, que concluiu que a mulher tem transtorno psicótico e não era capaz de entender que seus atos eram errados durante o crime.
“A promotora responsável pela manifestação esclarece que o pedido está de acordo com as normas técnicas e jurídicas, respeitando os devidos processos penal e constitucional”, afirmou o MP-GO à reportagem.
Além da absolvição, também foi solicitado que Izadora seja incluída ao Programa de Atenção ao Louco Infrator.
O crime aconteceu em setembro do ano passado. De acordo com o delegado Daniel Gustavo, Izadora fugiu de casa após matar as filhas, Maria Alice, de 6 anos, e Lavínia, de 10. A polícia foi acionada após o pai chegar ao local e encontrar as crianças mortas.
À Polícia Civil, o pai disse que encontrou as meninas mortas em um colchão, na garagem de casa, no Setor Samambaia. O crime chocou moradores de Edéia e, inclusive, os policiais que trabalharam no caso.
A mulher foi encontrada horas após o crime com a ajuda de cães farejadores em um matagal próximo à casa. Ela estava com sinais de tentativa de suicídio e, por isso, chegou a ser internada.
Izadora confessou aos policiais militares que matou as duas filhas. De acordo com Daniel, a mulher disse que envenenou, afogou e depois deu facadas nas filhas.
“No local do crime havia elementos que levavam a crer que ela agiu dessa forma. Havia um frasco de veneno para rato aberto e outro fechado, uma caixa d’água cheia com uma extensão [elétrica] ligada dentro, como se pretendesse eletrocutar”, descreveu o delegado.
O delegado disse que, em depoimento, Izadora deu detalhes de como cometeu o crime e em nenhum momento chorou ou demonstrou arrependimento.
“Na cabeça dela, ela tinha feito um bem para as crianças. Ela acha que livrou as meninas de viver uma vida que ela viveu”, disse o delegado.
Aos policiais militares, o pai das meninas contou que na noite anterior ao crime, ele e Izadora teriam brigado e ela ameaçou tirar a própria vida e matar as filhas.
“O pai falou que o relacionamento dos dois estava conturbado e ela precisava fazer tratamento psiquiátrico porque não estava bem”, contou o delegado.