Vítima estava em um córrego, no Setor Residencial Eli Forte, enrolada em um tapete, dentro de um sofá, que foi incendiado
Após matar companheira, suspeito registra desaparecimento para disfarçar crime, em Goiânia (Foto: Reprodução - Redes Sociais)
Um homem foi preso depois de confessar ter assassinado a esposa Júlia Maria Costa de Araújo, 28, e registrar uma ocorrência falsa de desaparecimento na tentativa de ocultar o crime. A mulher era considerada desaparecida desde domingo (16), até que o corpo foi encontrado nesta quarta-feira (19) pela Polícia Militar (PM), em Goiânia. Pedro Henrique Conceição Nunes admitiu o feminicídio e revelou que um amigo, Patrício Pinto de Sousa, o ajudou a ocultar o cadáver.
A corporação ressalta que o próprio suspeito foi quem levou os agentes até o local onde o corpo foi escondido e carbonizado. O cadáver estava em um córrego do Residencial Eli Forte, enrolado em um tapete e colocado dentro de um sofá, que foi incendiado. A vítima foi morta com cinco golpes de faca aplicados na região do pescoço.
Segundo a PM, o casal teve uma discussão no final de semana, na kitnet em que morava. Pedro tinha feito uso de drogas e Júlia era contra. Ela teria ameaçado denunciá-lo e que retornaria para o estado do Maranhão, de onde era natural.
Após o embate, Júlia teria ido tomar banho, enquanto o companheiro teria ficado na companhia do amigo, Patrício, que presenciou a briga. Enquanto a mulher se afastou, Pedro comentou com o amigo que iria matar a companheira. O amigo teria pedido para ele não fizesse isso, mas depois acabou ajudando a ocultar o corpo dela.
A Polícia Civil informou que Pedro está preso por feminicídio e ocultação de cadáver. Enquanto Patrício foi detido por ocultação de cadáver. Entretanto, o delegado responsável pelo caso pode acrescentar a tipificação de falsa comunicação de crime. Ambos possuem antecedentes criminais por tráfico de drogas.
A mãe de Júlia, que mora no Maranhão, e outros conhecidos da vítima fizeram publicações nas redes sociais pedindo ajuda para localizar a mulher (Foto: Divulgação – PM)
De acordo com a PM, depois de matar Júlia, o marido pegou uma pick up da empresa onde trabalhava dizendo que usaria o veículo para jogar lixo fora. Com a ajuda de Patrício, ocultou o corpo da vítima no córrego.
Imagens de uma câmera de segurança mostram o momento em que o carro chega no local onde o corpo foi abandonado. Após o registro da ocorrência de desaparecimento, a polícia foi até a rua onde o casal morava e os vizinhos revelaram que Júlia estava desaparecida desde domingo (16) à noite. Testemunhas confirmaram terem ouvido uma discussão.
A mãe de Júlia, que mora no Maranhão, e outros conhecidos da vítima fizeram publicações nas redes sociais pedindo ajuda para localizar a mulher, que até então estava desaparecida.
O portal não localizou as defesas de Pedro Henrique e Patrício para se manifestar até a última atualização desta reportagem.
O primeiro semestre de 2022, em Goiás, registrou o maior número de casos de feminicídio dos últimos quatro anos. Dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP-GO) revelam que durante todo o ano de 2018, 36 mulheres foram vítimas de feminicídio em Goiás. Neste ano, somentes em seis meses, esse número já é de 30 vítimas.
Os casos de feminicídio não são os únicos em alta em Goiás, durante o primeiro semestre de 2022. Ocorrências que envolvem calúnia, difamação e injúria contra mulheres também foram recordes neste ano, com 5.346 casos.