O ministro adiantou que pode "ajudar informalmente" em Goiás, mas não tem pretensão de aceitar a Secretaria de Saúde.
Em entrevista dada à revista Veja na última quarta-feira (15/4), o ministro da Saúde do governo Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta, descartou a possibilidade de aceitar o convite do governador Ronaldo Caiado para ser o secretário de Saúde de Goiás, caso seja destituído de seu cargo atual por Bolsonaro. O ministro adiantou que pode “ajudar informalmente”, mas não tem pretensão de aceitar a Secretaria.
A entrevista foi dada em tom de despedida. Mandetta admitiu divergências com o presidente da República, e afirmou que só fica no Ministério até que encontrem seu substituto. A revista perguntou ao ministro se ele iria para o governo de Goiás, com o governador Ronaldo Caiado, ao que ele rejeitou categoricamente. “Não, não. Não tem nada disso. Eu posso ajudar lá informalmente, como posso ajudar qualquer outro governo ou prefeitura”, disse.
O ministro também declarou que há 60 dias tem “medido palavras” no Ministério para cumprir suas funções e, ao mesmo tempo, não desagradar e convencer o presidente Bolsonaro, o que, segundo ele, já teria gerado um grande desgaste.
“Sessenta dias tendo de medir palavras. Você conversa hoje, a pessoa entende, diz que concorda, depois muda de ideia e fala tudo diferente. Você vai, conversa, parece que está tudo acertado e, em seguida, o camarada muda o discurso de novo. Já chega, né? Já ajudamos bastante”, revelou.
Ronaldo Caiado dava como certa a ida de Mandetta para a Secretaria de Saúde de Goiás, caso o ministro fosse demitido. Entretanto, ainda não se sabe se a declaração de Mandetta pegou o governador com as calças curtas ou se já havia sido avisado com antecedência.
No início deste mês, Caiado havia convidado Mandetta para ser seu secretário, e chegou a afirmar que o ministro tinha um compromisso com ele.
“Caso ocorra, fiz o convite e ele tem compromisso comigo de que virá assumir a secretaria em Goiás. Todos sabem da minha ligação com Mandetta e, ao mesmo tempo, o reconhecimento de seu preparo como médico e gestor” disse o gestor na época.