Polícia diz que bebê e a irmã mais velha são fruto de uma relação incestuosa entre a mulher presa e seu pai. Ela está presa e ele morreu trocando tiros com a polícia.
Bebê de dois meses deu entrada em hospital com hematomas por todo o corpo — Foto: Reprodução/Polícia Militar
Para a Polícia Civil, a mulher que levou a filha de dois meses morta ao hospital, em Campinorte, e pediu atendimento médico, mentiu dizendo que a menina tinha se engasgado. Um exame de corpo de delito comprovou que a bebê morreu por politraumatismo e tinha marcas de agressão, além de já ter chegado ao hospital morta. A mãe, que é uma jovem de 20 anos, está presa, e o pai morreu em troca de tiros com a polícia.
As investigações apontam que a bebê e a irmã mais velha são fruto de uma relação incestuosa entre a mulher presa e seu pai. O homem também foi considerado suspeito do crime, mas acabou morto após trocar tiros com a polícia.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa da mulher até a última atualização da reportagem. A Justiça decidiu mantê-la presa preventivamente.
O delegado Peterson Amin informou que ainda tenta descobrir o que fez os suspeitos agredirem a bebê ao ponto de matá-la. Testemunhas ouvidas relataram que a vida da família parecia normal, e que nunca presenciaram agressões contra as duas crianças antes. Depois do crime, a outra menina foi levada pelo Conselho Tutelar para um abrigo.
Segundo o delegado, a princípio, as relações sexuais de mulher com o pai eram consensuais, mas não se sabe desde quando elas aconteciam. Caso tenham começado quando a mulher ainda era adolescente, pode-se considerar que ela foi vítima de estupro de vulnerável, pois não tinha condições de decidir.
De acordo com a polícia, a mulher deu entrada em um hospital de Campinorte com a filha de dois meses já sem vida, na madrugada de sexta-feira (29). Ela explicou que a menina tinha engasgado, mas durante exames os médicos identificaram vários hematomas pelo corpo da bebê. Desconfiados, eles chamaram a polícia.
Uma perícia de corpo de delito foi realizada e concluiu que a bebê morreu por conta de uma ação “externa e contundente”, ou seja, causada por alguém que lhe deu pancadas, golpes ou outro tipo de impacto físico. Prova disso, é que a menina apresentava diversas lesões.
A mulher foi conduzida para a delegacia e, durante depoimento, afirmou à polícia que morava sozinha e acordou com sua filha morta, a levando ao hospital imediatamente. Mas quando a polícia verificou as imagens de câmeras de seguranças do hospital, viu que ela chegou na unidade acompanhada de um homem e de sua filha mais velha. Para a polícia, isso indica que ela não agiu sozinha.
A prisão da mulher aconteceu na tarde de sexta-feira (29). Segundo o delegado, ela foi autuada por crime de feminicídio contra a filha.
Segundo a polícia, ao ser questionada sobre o homem, a mulher mentiu dizendo que ele era primo dela. Mas após investigações, a polícia descobriu que, na realidade, o homem era pai dela e os dois moravam juntos.
“Durante as oitivas nós identificamos que esse homem na verdade, era pai da mulher. E, posteriormente, nós descobrimos que além de ser pai, eles mantinham um relacionamento amoroso, o que indicava que essa bebê que foi morta seria filha do casal”, detalhou o delegado.
A Polícia, então, passou a ouvir outras testemunhas do caso e foi informada de que a mulher e o pai mantinham um relacionamento incestuoso. As investigações também concluíram que a bebê que morreu, e outra filha da mulher, são filhas do avô.
O homem não teve o nome registrado nas certidões das filhas.
A polícia relata ter iniciado buscas pelo homem após a morte da bebê. Ele foi encontrado escondido em uma chácara na zona rural de Campinorte, portando uma arma calibre .22.
Os policiais afirmam que, ao tentar abordar o homem, ele reagiu atirando. Com isso, a equipe atirou de volta e atingiu o suspeito. Ele não resistiu e morreu.
Segundo o delegado, existia uma mandado de prisão em aberto contra o homem por um crime de feminicídio praticado na Bahia. A vítima seria a ex-esposa dele.