Operação Morfina foi deflagrada no dia 1º e já intimou seis pessoas a prestar depoimento
As investigações de fraude no Instituto de Assistência dos Servidores do Estado de Goiás (Ipasgo) continuam. A Polícia Civil apurou, em um dos casos, que um laboratório recebeu por 200 exames de sangue do mesmo paciente. Estima-se que mais de R$ 500 milhões foram desviados no esquema, que envolveu empregados da empresa GT1 Tecnologia, que presta serviços terceirizados ao Ipasgo.
Segundo as investigações, funcionários do Setor de Tecnologia de Informação do instituto praticavam uma série de fraudes que beneficiavam ilegalmente prestadores de serviços. A PC intimou seis pessoas a prestar depoimentos. Oito foram afastados das funções no instituto.
A PC informou, em entrevista coletiva realizada na tarde da última terça-feira (2), que pelo menos 16 clínicas e médicos, além de 130 mil usuários, foram credenciados de forma indevida nos últimos sete anos.
“Com cinco meses de investigações, nós descobrimos que médicos e empresas que não possuíam a habilitação para prestar serviço ao Ipasgo, assim como usuários do plano, foram incorporados ao instituto por pelo menos dois auditores fantasmas, criados no sistema com números de CPFs falsos, por estes servidores, devidamente identificados, e agora investigados nesta primeira etapa da operação”, destacou o delegado Rhaniel Almeida, responsável pelo caso.
Um dos esquemas revelados pelas investigações mostram que um médico cadastrado de forma irregular chegou a lucrar R$ 150 mil. “Há irregularidades porque esse dinheiro saiu do estado sem que o estado tivesse autorizado”, explicou o delegado.
Em nota, o Ipasgo afirmou que tem colaborado com as investigações e que os indícios de fraudes são “estarrecedores”. O Instituto comunicou, ainda, que as atividades estão relacionadas aos “colaboradores de empresa de tecnologia que presta serviço ao órgão desde agosto de 2011”.
Confira nota do instituto na íntegra:
"A atual gestão do Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo) vê com muita tristeza os fatos investigados na Operação Morfina, deflagrada nesta segunda-feira (1/7) pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (DERCAP) e Superintendência de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (SCCCO). Os indícios de um esquema milionário de fraudes, em operação há muitos anos, são estarrecedores.
O Ipasgo informa que tem dado integral apoio ao excepcional trabalho de auditoria da Controladoria Geral do Estado (CGE) e de investigação da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás (SSP-GO), por meio da Polícia Civil do Estado de Goiás, e espera que todos os fatos relativos a tais denúncias sejam adequadamente apurados e os responsáveis sejam devidamente punidos.
Importa esclarecer que as investigações se referem a ações praticadas por colaboradores de empresa de tecnologia que presta serviço ao órgão desde agosto de 2011.
A nova gestão do Ipasgo defende e apoia toda medida de combate à corrupção por entender que tais irregularidades podem colocar em risco a sustentabilidade do plano e, consequentemente, o atendimento à saudade de milhares de cidadãos goianos.
Acrescente-se que em consonância com as diretrizes de austeridade, moralização e profissionalização da administração pública estabelecidas pelo atual Governo de Goiás, medidas de Compliance Público vêm sendo implementadas no Ipasgo, desde o início de 2019, como vacina contra atos de corrupção na instituição pública”.
Com informações de G1