O político ficará suspenso das funções públicas sem prejuízo do pagamento das remunerações. Ele é investigado pela contratação de funcionário fantasma
A Justiça de Goiás determinou o afastamento do prefeito de Luziânia, Cristovão Vaz Tormin (PSD), pelo período de 120 dias. (Foto: Reprodução/Internet)
A Justiça de Goiás determinou o afastamento do prefeito de Luziânia, Cristovão Vaz Tormin (PSD), pelo período de 120 dias. O político ficará suspenso das funções públicas sem prejuízo do pagamento das remunerações. A decisão é da desembargadora Carmecy Rosa Maria Alves e foi assinada na última quarta-feira (19).
Cristovão Tormin é investigado pelo Ministério Público (MP-GO) pela contratação de funcionário fantasma. O órgão apura a nomeação de Joaquim Chaves de Freitas Carvalho no cargo de chefe de Divisão de Atividades Recreativas, lotado na Secretaria de Esporte e Lazer.
De acordo com o MP-GO, Joaquim nunca compareceu à secretaria para trabalhar. O próprio funcionário afirmou aos promotores que ia ao gabinete do prefeito raramente, para fazer serviços particulares para Tormin. Além disso, a investigação apurou que Joaquim é irmão da prefeita de Novo Gama, Sônia Chaves de Freitas Carvalho Nascimento (PSDB), aliada do prefeito de Luziânia.
A investigação apurou ainda que o servidor foi exonerado em março de 2019 ano. Apesar disso, ele continuou a receber normalmente por pelo menos dois meses. A informação foi confirmada pelo Tribunal de Contas dos Municípios.
O Mais Goiás entrou em contato com o prefeito e foi informado pelo chefe de gabinete do político que Tormin está em uma reunião e, por isso, não pôde atender as ligações. O assessor disse ainda que o prefeito ainda não constituiu defesa. O portal também tentou falar com a vice-prefeita de Luziânia, professora Edna, mas não teve sucesso.
Ainda conforme o MP, o suposto funcionário fantasma disse que conseguiu o cargo por ter relação antiga com Tormin. No entanto, os promotores acreditam que o funcionário foi lotado na prefeitura em troca de apoio político para o primo do prefeito, Wilde Cambão (PSD), que foi eleito como deputado estadual.
De acordo com a ação, o órgão tem investigado o prefeito desde o início do ano e constatou diversas irregularidades. Tormin é alvo de mais de 100 investigações de casos como contratações de funcionários fantasmas, nepotismo, entre outros casos.
Em outubro de 2019, o Mais Goiás noticiou que uma servidora concursada da prefeitura de Luziânia teria sido abusada pelo prefeito por três vezes, entre os anos de 2016 e 2018. As denúncias também são investigadas pelo MP-GO e apontam que as investidas aconteciam dentro do gabinete, quando a servidora o procurava para falar sobre uma gratificação.
Na época, o político afirmou que a acusação não era verdadeira e fazia parte de armação política. Ele chegou a registrar boletim de ocorrência de falsa comunicação de crime. Em vídeo publicado nas redes sociais, Tormin afirma que meses antes de a servidora o acusar de abuso sexual, ele teria sido alertado que pessoas ligadas a um deputado estadual, um vereador e um candidato a prefeito derrotado na última eleição, iriam depor contra o político. Os nomes dos políticos, no entanto, não foram revelados.
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