Novaes não resistiu a complicações de uma cirurgia para a retirada de um tumor no intestino
O jornalista Washington Novaes morreu na noite dessa segunda-feira, 24, em Aparecida de Goiânia, aos 86 anos. (Foto: reprodução)
O jornalista Washington Novaes morreu na noite dessa segunda-feira, 24, em Aparecida de Goiânia, aos 86 anos. Um dos pioneiros na cobertura de meio ambiente e povos indígenas no Brasil, Novaes não resistiu a complicações de uma cirurgia para a retirada de um tumor no intestino.
“Eu e meu irmão ficamos órfãos de um pai extremamente generoso, mas acho que também muita gente fica órfã de uma referência para o jornalismo brasileiro, um pioneiro do jornalismo ambiental que trouxe para a grande comunicação as pautas ambiental e da defesa dos povos indígenas”, disse ao Estadão o cineasta Pedro Novaes. “Espero que nesse momento trágico que a gente está vivendo em todos os sentidos – político, social, sanitário, ambiental e para os povos indígenas – que o exemplo dele possa, de alguma forma, guiar a gente um pouco nessa reconstrução do nosso País.”
Um dos trabalhos mais conhecidos do jornalista é a série documental Xingu – A Terra Mágica, que venceu premiações em Cuba e na Coreia do Sul, sendo selecionado para a Sala especial da Bienal de Veneza, em 1986.
Novaes passou pelas principais redações do País, como O Estado de S. Paulo, Veja, Folha de S.Paulo, TV Globo, como editor do Jornal Nacional, Rede Bandeirantes e TV Cultura. No Estadão, publicou até 2018 artigos na seção Espaço Aberto.
Em texto publicado em outubro de 2018, com o título O clima esquenta, a agropecuária sofre, escreveu: “Aquecimento global, atingindo todos os continentes, todos os países, todos os viventes, não é problema que possa ser enfrentado apenas sacudindo os ombros e seguindo em frente com um assovio. Os preços são altos. Por mais que os ‘céticos do clima’ neguem os efeitos desastrosos, eles estão diante dos olhos de quem queira ver. E afetam o bolso dos produtores”.
O jornalista conquistou o Prêmio Esso Especial de Ecologia e Meio Ambiente, em 1992, por artigos sobre a Eco-92 publicados no Jornal do Brasil e a medalha de prata no festival de Cinema e TV de Nova Iorque, em 1982, pela direção do documentário Amazonas, a Pátria e a Água, veiculado pelo Globo Repórter.