Secretário de Estado de Saúde, Ismael Alexandrino, disse ao Jornal Opção que nota será publicada ainda esta semana
Goiás irá recomendar exigência de imunização completa para ida em shows, cinema, teatro e boates | Foto: Reprodução
Está sendo finalizada, de acordo com o Secretário de Estado de Saúde, Ismael Alexandrino, nota que recomenda a exigência, por parte dos 246 municípios goianos, das duas doses do imunizante contra a Covid-19 para a entrada em shows, cinema, teatro e boates do estado. O documento não será um decreto, mas uma recomendação que deve ser publicada ainda esta semana pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO).
Como não se trata de um decreto, o município possui autonomia para executar ou não a medida. O objetivo é fazer com que não haja nenhum tipo de fechamento e que as pessoas sejam incentivadas a se vacinarem contra a doença provocada pelo coronavírus. Ao todo, de acordo com a SES-GO, mais de 951 mil pessoas não tomaram a dose de reforço contra a doença – apenas a primeira.
“A não vacinação contra o coronavírus traz um risco para si e para a comunidade. Apesar da vacina ser eficaz para reduzir a gravidade e a morte, ela não traz garantia de não contaminação. E com o ciclo vacinal incompleto, esse risco é maior”, explica o secretário.
O infectologista Marcelo Daher concorda. Segundo ele, ainda que a nova variante descoberta na África do Sul, a ômicron, não tenha demonstrado comportamento tão diferente das demais cepas, “quanto mais mutação, menor o número de anticorpos temos. E se a pessoa não se vacina, ela terá menos anticorpos prontos para responder às variantes”.
A grande quantidade de pessoas não vacinadas ou com o esquema vacinal incompleto faz com que, além do risco individual, traga um problema a ser enfrentado pela saúde pública. “Se ela adoece, tem maior chance de se contaminar. Se não se vacina, tem maior risco de gravidade e as estatísticas de internação aumentam. Em termos de saúde pública, o custo é mais elevado”, complementa Daher.
Para ele, a não imunização contra a Covid-19 é, inclusive, um dos fatores contribuintes para o alongamento da pandemia, que já se estende há quase dois anos. “Se tivéssemos regras, obrigatoriedade de cartão de vacina para entrar em estabelecimentos, por exemplo, certeza teria incentivado uma maior quantidade de pessoas a se vacinarem”, pontua, ao ressaltar a importância da obrigatoriedade de um “passaporte da vacina”.
Ele ainda destaca ser crucial o combate às fake news em relação a imunização contra a Covid-19 e sua eficácia, uma vez ter sido comprovada seu funcionamento para evitar a gravidade e a fatalidade dos casos de Covid-19.