Ele confessou ter envenenado a água e a comida do idoso. Como não conseguiu matá-lo, invadiu a propriedade para atacar a vítima com golpes de enxadão
Wene Divino da Silva, de 40 anos, foi preso na quinta-feira (24) suspeito de tentar matar o sogro, 73 anos, duas vezes apenas em um dia em uma fazenda de Itaberaí, região Noroeste de Goiás. Os crimes aconteceram no último dia 14, quando Wene, que é genro da vítima, teria envenenado o idoso e, horas depois, golpeado a cabeça dele com um enxadão.
Apesar dos esforços, o sogro sobreviveu. Wene então teria simulado um roubo à residência para tentar se desvincular de eventuais acusações. Ele chegou a ajudar a mulher, filha da vítima, a levá-lo a um hospital.
Segundo a investigação da Polícia Civil, no dia 13 de fevereiro, o suspeito misturou uma substância tóxica no bebedouro e nos alimentos que seriam servidos ao idoso no jantar e foi para casa. Por volta das 2h15 da madrugada, Wene retornou para a fazenda para verificar se o sogro estava havia morrido.
Ao ver que não teve êxito na tentativa de envenenamento, o suspeito arrombou a porta, pegou um enxadão e golpeou a cabeça do idoso até que ele ficasse inconsciente. O homem ainda, pegou R$700 da carteira do sogro, que estava dentro do guarda roupas, para simular um roubo e retornou para casa.
A filha do idoso levou o pai para uma unidade de saúde local com o auxílio do suspeito, mas a vítima foi transferida para o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), em Goiânia, onde ficou internada. Segundo a polícia, o idoso já teve alta médica e está na casa de parentes ainda debilitado.
A polícia investigava o crime como um roubo a residência, mas ao colher o depoimento de Wene, verificou que o relato apresentava inconsistências. Ao ser interrogado já como suspeito do crime, o genro confessou ser o autor das tentativas de homicídio e alegou ter interesse na herança da mulher para quitar dívidas com comerciantes da região, uma vez que ele é suspeito de fraudes em comércios da cidade.
Wene foi preso pelos crimes de tentativa de homicídio qualificado por motivo torpe e emprego de veneno, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima; e furto majorado pelo repouso noturno. Somadas, as penas para esses crimes podem chegar a 60 anos de reclusão.
A divulgação da imagem e nome do indiciado se deu nos termos da Lei n° 13.869/2019 em razão do interesse público, conforme despacho do delegado responsável pela investigação.