Tia contou que a sobrinha precisava de cirurgia. Parentes registraram ocorrência na Polícia Civil, que investiga se houve negligência médica
A família da estudante Auane Camargo Lemos, de 19 anos, denuncia que a jovem morreu de infecção no fígado após o Hospital de Urgências de Anápolis (Heana), onde ela estava internada, não fazer uma cirurgia para tratar o quadro clínico. Tatiane Camargo, tia da jovem, contou que a sobrinha precisava do procedimento cirúrgico. A Polícia Civil investiga se houve negligência médica.
A Fundação Universitária Evangélica (Funev), gestora do Hospital Estadual de Anápolis Dr. Henrique Santillo, disse em nota que em momento algum houve negligência no atendimento. A paciente chegou ao hospital em 6 de julho e no dia seguinte o quadro se agravou, sendo levada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A nota destaca que ela fez exames, mas com o agravamento do quadro, a jovem teve baixa atividade cardíaca e morreu.
"Ela foi para o hospital tomar remédios mais eficazes e se tivessem feito a cirurgia, talvez ela estivesse viva, aqui com a gente. Os médicos passavam remédio na veia e mandavam embora para casa", desabafou a tia.
A reportagem conversou com a mãe da jovem, que está em choque. Sueli Camargo contou que a filha morreu no domingo (24) depois de ficar internada por duas semanas.
A Polícia Civil solicitou exame cadáverico no corpo de Auane para saber as causas da morte por laudo emitido por um perito médico do Instituto de Medicina Legal (IML).
A estudante começou a sentir fortes abdominais no início de julho. A família, então, procurou atendimento médico no Heana. Segundo a tia, a sobrinha tomava medicamento na unidade de saúde e era liberada para voltar para casa. Os sintomas, porém, se agravaram após o efeito dos remédios para dor acabar.
Depois, a família procurou um médico de uma clínica particular, que teria advertido aos parentes sobre a urgência da internação e de procedimento cirúrgico. Foi quando Auane Camargo voltou à unidade médica e ficou internada na Unidade de Terapia Intensiva (UIT), mas a cirurgia não foi feita, segundo Tatiane.
A certidão de óbito de Auane Camargo diz que ela morreu de choque misto (séptico e hemorrágico), distúrbio de coagulação e abcesso hepático (infecção no fígado), causas que podem ter sido agravadas pela doença de Lúpus.
“Ela era a caçula da família, era o xodó dos tios. Estamos todos em choque. A situação é muito triste. Auane era alegre, divertida e gostava muito de passear”, lamentou a tia.
Nota do Hospital Estadual de Anápolis Dr. Henrique Santillo
Sobre os questionamentos a respeito das circunstâncias que envolveram o óbito da paciente Auane Camargo Lemos, a Fundação Universitária Evangélica (FUNEV), gestora do Hospital Estadual de Anápolis Dr. Henrique Santillo, esclarece que em momento algum houve negligência no atendimento.
A paciente deu entrada no Heana no dia 06 de julho de 2022. No dia 07 de julho, com o quadro agravado, a paciente foi transferida para unidade de terapia intensiva da unidade.
Além de todos os exames realizados na unidade, nos dias 11 e 20 de julho, a paciente realizou exame específico (Colangiorressonância) em unidade externa, para aprofundamento da investigação médica, permanecendo em todo momento aos cuidados da equipe do Heana.
No dia 23 de julho, a paciente sofreu queda do estado geral, de imediato, a equipe da UTI realizou todos os procedimentos para melhora do quadro, sem sucesso. O quadro era considerado gravíssimo.
No dia 24 de julho, a paciente permanecia em estado gravíssimo, sofreu assistolia (baixa atividade cardíaca), e evoluiu a óbito.
A Funev esclarece que todo atendimento foi realizado em observância rigorosa dos protocolos médicos, a paciente foi assistida por todos os especialistas necessários, sendo realizado todos os exames e realizado todo tratamento indicado em cada momento de sua internação.