O ex-prefeito de Teresina de Goiás, nordeste do estado, região da Chapada dos Veadeiros, Odete Teixeira Magalhães, foi preso na manha desta quinta-feira (9), por policiais da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (DECCOR), da Polícia Civil de Goiás.
A prisão foi confirmada pela Delegacia de Cavalcante (GO), que foi avisada sobre a ação.
O blog entrou em contato com a DECCOR para saber a qual processo a prisão está vinculada, mas ainda não obteve resposta.
Informações preliminares dão conta de que uma operação contra corrupção investiga servidores públicos da Saúde Estadual por receberem pagamentos de R$ 5 mil para que pacientes específicos pudessem furar fila de procedimentos a serem realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em Goiás.
Apenas um operador de regulação teria realizado pelo menos 1,9 mil inserções irregulares em seis meses.
Policiais civis cumprem, nesta quinta-feira (9), 22 mandados de prisão temporária e de busca apreensão, bem como ordens de afastamento cautelar de envolvidos de suas funções públicas.
Mandados são executados em Goiânia e outras cinco cidades do interior.
Segundo as investigações, fraudes ocorriam em listas de cirurgias eletivas, consultas médicas, exames e internações custeados pelo serviço público de saúde.
Envolvidos teriam pago, principalmente, para ter acesso prioritário a procedimentos estéticos.
As fraudes teriam causado sobrecarga nas vagas das unidades hospitalares, prejudicando aqueles que, de fato, necessitam realizar os procedimentos médicos.
Quase 2 mil fraudes
Suspeita-se que, só nos últimos seis meses, apenas um operador tenha feito mais de 1,9 mil inserções fraudulentas no sistema de regulação médica estadual.
A polícia afirma que alguns operadores nem mesmo são vinculados a Unidades de Saúde do Estado ou dos municípios.
O Ministério Público acompanha toda ação.
Estão sendo cumpridos mandados em Goiânia, Goianira, Anápolis, Damolândia, São Miguel do Araguaia e Teresina de Goiás.
Entre os endereços em que foram cumpridos mandados estão um edifício na Avenida T-4, em Goiânia, e um condomínio fechado.
Envolvidos podem responder por crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, inserção de dados falsos em sistema de informação e associação criminosa.
Em 2018, o ex-prefeito de Teresina de Goiás teve seus direitos políticos suspensos e foi proibido de contratar com o poder público por três anos, em razão de condenação por ato de improbidade administrativa relacionado à simulação de contratação com pessoa para favorecer apadrinhados políticos.
A sentença do juiz Pedro Piazzalunga Cesário Pereira acolheu pedido feito em ação proposta pela promotora de Justiça Úrsula Catarina Fernandes da Silva Pinto, em 2008.
Na ação, foi apontado que o então prefeito praticou ato de improbidade administrativa consistente na violação aos princípios da legalidade, impessoalidade e moralidade administrativa, ao simular contratação com Ari Jacundá da Costa para favorecer seus apadrinhados políticos Osvaldo Bueno de Carvalho e Antônio Paulo da Silva.
Ao analisar o pedido, o magistrado destacou que os contratos e os próprios envolvidos no ilícito confirmaram que a pessoa oficialmente contratada nunca cumpriu o acordado, mas transferiu a execução do negócio a terceiros, sem que nenhum registro fosse levado a público.