Em coletiva concedida na manhã desta quarta (25), o governador fez duras críticas ao pronunciamento de Bolsonaro sobre medidas de combate ao coronavírus
"Não é hora de colocar na balança a economia, a vida e a sobrevivência", declarou (Foto: Reprodução)
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), realizou uma entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (25/3), no Palácio das Esmeraldas, para tratar das ações de combate ao coronavírus. Na ocasião, ele também se posicionou a respeito do pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), feito em rede nacional, na noite desta terça-feira (24/3).
Ao iniciar a entrevista, Caiado garantiu que o decreto com medidas restritivas será mantido em Goiás. O gestor estadual criticou a posição do presidente sobre o enfrentamento na doença e declarou: “As decisões do presidente Jair Bolsonaro a respeito do coronavírus não alcançarão Goiás.”
Caiado ressaltou que não é momento de colocar a economia e a vida das pessoas ‘na balança’Caiado reforçou que as medidas explícitas no decreto estadual foram decididas após estudos e avaliações com a equipe do governo estadual. “Não é hora de colocar na balança a economia e a vida, a sobrevivência”, declarou. Ele explicou também que problemas na economia do estado podem ser consequência, mas que serão resolvidos no momento certo.
“Falar que é um resfriadindo e uma gripezinha é falta de respeito. Na política e na vida, a ignorância não é uma virtude”, frisou ainda, citando o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Durante a coletiva, o governador disse também que irá recorrer junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Congresso Nacional. “Cabe a mim cuidar dos cidadãos goianos”, ponderou Caiado.
Além disso, o democrata reforçou a importância de manter o isolamento social, ressaltando que se todos ficarem doentes a mesmo tempo a Saúde entrará em colapso.
Em pronunciamento em rede nacional de TV, Bolsonaro falou em “histeria” sobre a pandemia do novo coronavírus e criticou o fechamento de escolas, entre outras medidas adotadas por governos e municípios.
“O que tínhamos que fazer naquele momento (no início das precauções) era o pânico, a histeria e, ao mesmo tempo, traçar a estratégia para salvar vidas e evitar o desemprego em massa”, afirmou. O presidente acusou a imprensa de ir na contramão e espalhar “a sensação de pavor, tendo como grande carro-chefe o grande número de vítimas na Itália, um país com um grande número de idosos e com um clima totalmente diferente do nosso”, criticou. Não existem ainda evidências científicas para suportar a teoria de que climas quentes podem ajudar a aplacar a doença.
O presidente criticou também algumas autoridades estaduais e municipais que “devem abandonar o conceito de terra arrasada, a proibição de transporte, o fechamento dos comércios e o confinamento em massa”. Segundo ele, não há motivo para fechar escolas, uma vez que o grupo de risco é composto por, também, pessoas com mais de 60 anos. “São raros os casos fatais de pessoas sãs com menos de 40 anos”, disse. Governadores, deputados e senadores condenaram o pronunciamento de Bolsonaro.
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