Recém-nascido foi dado como incinerado e encontrado posteriormente dentro de empresa de resíduos biológicos. Caso será investigado
O bebê que morreu na Maternidade Marlene Teixeira, em Aparecida, e ficou desaparecido por três dias foi enterrado no final da tarde desta segunda-feira (28). (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
O bebê que morreu na Maternidade Marlene Teixeira, em Aparecida de Goiânia, na última sexta-feira (25) e ficou desaparecido por três dias foi enterrado no final da tarde desta segunda-feira (28). Sepultamento ocorreu no Cemitério Jardim da Esperança, no município da região Metropolitana da capital. O corpo do recém-nascido Rogério Cardoso de Almeida Filho, antes dado como incinerado por engano, foi encontrado dentro da empresa responsável por fazer a coleta de resíduos biológicos da unidade de saúde.
O caso será investigado pelo titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Henrique Berocan. O motivo da morte da criança, bem como as razões do desaparecimento do corpo do recém-nascido serão apurados.
Nesta segunda-feira (28), a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Aparecida afastou a direção da maternidade, bem como a funcionária que atestou o recolhimento do material pela empresa. Uma sindicância e um Grupo de Intervenção Hospitalar foram implementados para fiscalizar o cumprimento dos protocolos estabelecidos dentro da unidade.
Em nota, a SMS da cidade informou que a confusão aconteceu porque a unidade funcionava acima da capacidade, no dia 24 de outubro. Por isso, a equipe utilizou a refrigeração onde estão localizadas as placentas para guardar o corpo do recém-nascido.
Procedimento padrão
A empresa Resíduo Zero Ambiental, responsável pela coleta de resíduos biológicos da maternidade, afirma que todo o procedimento de coleta seguiu o padrão. Às 14h40, do dia 25 de outubro, a empresa fez o recolhimento como de praxe.
De acordo com a empresa, os funcionários chegaram ao local, coletaram o material no local indicado e saíram. Ainda de acordo com a nota oficial, não houve acesso deles a qualquer outra dependência da maternidade.
O texto também diz que o trabalho seguiu o procedimento operacional específico, que veda expressamente a violação dos resíduos com o objetivo de evitar a contaminação.
Nunca falei
Outra afirmação da empresa é que ela nunca comunicou que o corpo havia sido incinerado. Segundo o texto, a SMS e a maternidade “se precipitaram erroneamente ao afirmarem isso”. A Resíduo Zero ressaltou que, assim que soube que poderia haver um corpo entre os resíduos, interrompeu o tratamento térmico para que a Polícia Civil (PC) pudesse fazer a perícia.
Por fim, a nota afirma que lamenta o ocorrido, que a empresa tem contribuído para as investigações e que se solidariza com a família.
Relembre o caso
O bebê morreu por complicações decorrentes da prematuridade do parto. O corpo desapareceu logo em seguida. O pai da criança, Rogério Cardoso de Almeida, afirma ter visto o corpo do filho ainda morto. No entanto, quando voltou com os papéis necessários para o sepultamento, o bebê não estava mais lá.
À época, a SMS esclareceu que o recém-nascido, em estado de prematuridade extrema, faleceu quando estava prestes a ser transferido para outra unidade, de alta complexidade. “Diante disso, a equipe da Maternidade tomou as medidas cabíveis para o caso, porém quando o Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) chegou ao local para recolher o corpo, este não foi localizado”.
Em seguida, a pasta esclareceu, na manhã de sábado (26), que existia um indicativo de que o corpo do recém-nascido teria sido incinerado por engano. O indicativo surgiu durante apurações administrativas e policiais no caso.
Por meio de nota, a SMS informou que “chegou-se ao indicativo de que a empresa responsável pelo recolhimento dos resíduos biológicos cometeu um equívoco e levou o corpo do recém-nascido para incineração, o que é procedimento de praxe no caso dos resíduos biológicos”.
Por Mais Goiás