A elevação da quantidade de vítimas foi constatada nos casos de estupro, lesão corporal, ameaça, crimes contra a honra e feminicídio.
Dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás (SSP-GO), após auditoria nos indicadores criminais, trouxeram um fato alarmante para a sociedade goiana, e que pode significar um ‘passo atrás’ no que tange à segurança da mulher no seu cotidiano: o número de mulheres vítimas de violência doméstica no estado aumentou vertiginosamente em todas as áreas, do ano de 2018 a 2019. A elevação da quantidade de vítimas foi constatada nos casos de estupro, lesão corporal, ameaça, crimes contra a honra e feminicídio.
De acordo com a SSP-GO, o maior aumento da violência contra a mulher se deu no crime de ameaça. Em 2018, foram 6.454 vítimas de ameaça. Já em 2019, esse número mais que dobrou, chegando a 15.599. Foram 9.145 vítimas de ameaça a mais de um ano para o outro.
O crime de lesão corporal contra a mulher foi outro crime que teve um aumento vertiginoso. Em 2018, foram 2.976 vítimas de agressão física no ambiente doméstico. No ano seguinte, esse número subiu para 10.497, um aumento de 7.521 vítimas.
O número de vítimas de outros crimes envolvendo violência contra a mulher também teve aumento expressivo. Ainda conforme dados da SSP-GO, a quantidade de mulheres que sofreram estupro subiu de 713, em 2018, para 781, em 2019. Já o número de vítimas de crimes contra a honra, como calúnia, difamação e injúria passou de 4.569 para 9.442 de um ano para o outro, um aumento de 4.873.
Já o número de mulheres que foram mortas em razão do gênero também acompanhou o padrão de aumento: foram 40 mulheres assassinadas em 2019, contra 36 em 2018.
Os números da SSP-GO voltaram a ser divulgados após uma investigações em procedimentos policiais instaurados para a apuração dos fatos. A auditoria chegou a identificar ao menos 40 registros de homicídios notificados de forma equivocada no ano de 2018.
O ex-gerente do Observatório da SSP-GO, tenente-coronel da PM Geyson Alves Borba, havia declarado que não “existe possibilidade de adulteração de dados”, mas que pode ter ocorrido “registro errado, o qual é corrigido através de auditoria”.
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