Decreto para quê, se as pessoas não vão seguir?", questionou durante entrevista à Rádio CBN.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), sinalizou na manhã desta quinta-feira (14) que pode desistir do novo decreto para restringir as atividades sociais e econômicas como medida para conter o avanço do novo coronavírus (Sars-CoV-2). "Decreto para quê, se as pessoas não vão seguir?", questionou durante entrevista à Rádio CBN.
O anúncio de um novo decreto ocorreu após Goiás atingir, por dias seguidos, o último lugar no índice de isolamento social do País.
No entanto, a possibilidade de volta das restrições enfrentou resistência principalmente entre os prefeitos e o setor industrial. Líderes religiosos e até técnicos da área da saúde também ponderaram que o mais adequado seria manter as medidas atuais, com aumento da fiscalização.
Questionado pela jornalista Fabiana Pucineli sobre as manifestações contrárias ao endurecimentos das regras, Caiado armou que, como governador, tem a prerrogativa de editar o documento, mas perguntou: "Se não tem uma adesão como houve no primeiro, para que fazer um decreto para ser letra morta?".
O governador repetiu durante a entrevista que a medida só tem efeito se tiver a adesão de todos, e disse não fazer sentido baixar um decreto que não tenha "um sentimento da população". "Por que nós chegamos a 70% (na taxa de isolamento social) no primeiro decreto? Porque todos nós abraçamos a causa. Nós estamos colhendo os bons frutos desse decreto", afirmou.
Pôncio Pilatos
No entanto, Caiado disse que não pode se omitir em salvar vidas e armou que "muita gente está se passando por Pôncio Pilatos". O governador romano da província da Judeia é retratado na Bíblia por ter se omitido no julgamento onde a multidão condenou Jesus Cristo.
"Agora, eu quero que as pessoas assumam a responsabilidade. Pôncio Pilatos simplesmente lavou as mãos, libertou Barrabás e crucicou Jesus Cristo. Se nós não remarmos no mesmo sentido, nós vamos car batendo cabeça."
Gabriela Lima - O Popular