Cabeleireira denunciou que entregou o cachorro à prefeitura para ser sacrificado, mas bicho foi encontrado no aterro sanitário em Goiás
A cabeleireira Zilma da Silva Costa fez um boletim de ocorrência denunciando que entregou o cachorro de estimação muito doente para a prefeitura realizar a eutanásia, mas o bicho foi parar em uma cratera no aterro sanitário. A situação ocorreu nesta semana em Porangatu, região norte de Goiás.
De acordo com boletim de ocorrência, Zilma entregou o animal para o Centro de Zoonoses na última segunda-feira (13/6). O bicho foi diagnosticado com leishmaniose visceral canina. Ela assinou um termo de eutanásia, dizendo que preferia o sacrifício indolor do animal, do que fazer um tratamento paliativo.
Veja o vídeo:
No entanto, o cachorrinho, que tinha o nome de Rodolfo, foi encontrado na terça-feira (14/6) vivo e em situação precária, preso em uma vala de cerca de cinco metros de profundidade, no aterro sanitário de Porangatu.
Desumano
Um médico veterinário achou o bicho e acionou o Corpo de Bombeiros. Uma equipe de profissionais constatou a leishmaniose com teste rápido e sacrificou o animal de forma indolor.
As imagens do cãozinho debilitado no “lixão” foram publicadas em grupos nas redes sociais e acabaram chegando até Zilma, que ficou muito abalada ao ver seu animal de estimação naquela situação.
Veja as imagens:
No boletim de ocorrência, Zilma diz que ficou abalada psiquicamente e moralmente, pois viu o cachorro privado de água e comida, sendo que ele deveria passar por um procedimento de eutanásia indolor.
O caso também foi denunciado pelo deputado estadual Delegado Eduardo Prado, que enviou um ofício para a Polícia Civil de Porangatu, pedindo a investigação dessa situação. Ele também tornou a denúncia pública em vídeo nas redes sociais.
Por sua vez, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Porangatu negou que tenha sido responsável por abandonar o animal. A pasta disse que não há registro de passagem daquele cachorro na Unidade de Vigilância em Zoonoses .
“Jamais uma unidade de saúde que zela pela saúde e proteção dos animais e que ao mesmo tempo incentiva denúncias de maus-tratos, prestaria a um papel desumano deste. Diante do fato, a UVZ se coloca à disposição das autoridades policiais competentes para esclarecimentos necessários das circunstâncias apresentadas e reforça o desejo de que seja feita justiça neste caso, identificando e punindo conforme a lei o verdadeiro(a) responsável por este crime”, defende trecho da nota.
A Secretaria de Saúde de Porangatu por meio da UVZ – Unidade de Vigilância em Zoonoses vem através deste ato emitir nota de repúdio contra um vídeo divulgado nas redes sociais em que o delegado e deputado estadual Eduardo Prado comenta sobre uma denúncia feita por uma moradora da cidade em que teria relatado que funcionários do zoonoses do município haviam supostamente descartado um animal vivo, neste caso um cachorro, no lixão da cidade.
Primeiramente o Zoonoses esclarece que prioriza e sempre trabalhou dentro da ética profissional, respeitando irrefutavelmente as normativas que garantem à saúde coletiva da população, através do combate e controle de doenças que podem ser transmitidas de animais aos seres humanos com ações da vigilância epidemiológica. Em relação à combate e controle da leishmaniose canina, as equipes da UVZ realizam um trabalho em que vão às residências dos moradores que relatam sintomas da doença de seus animais domésticos para fazer o teste rápido. Dando positivo, o resultado é enviado como contraprova ao Laboratório Estadual de Saúde Pública de Goias – LACEN para diagnóstico definitivo.
Confirmada a doença nesse estágio, é indicada a eutanásia, procedimento este feito com autorização do dono do animal para que se evite que a contaminação passe para familiares, vizinhos ou outras pessoas. Os animais mortos são descartados dentro das normas sanitárias em local adequado para esta finalidade.
A Secretaria de Saúde informa ainda que em consulta aos registros da UVZ e em conversa com a veterinária responsável, foi relatado que o cachorro mostrado no vídeo da denúncia não passou pela unidade de vigilância em zoonoses e que esta afirmação é infundada e requer provas da denunciante.
Jamais uma unidade de saúde que zela pela saúde e proteção dos animais e que ao mesmo tempo incentiva denúncias de maus tratos, prestaria a um papel desumano deste. Diante do fato, a UVZ se coloca à disposição das autoridades policiais competentes para esclarecimentos necessários das circunstâncias apresentadas e reforça o desejo de que seja feita justiça neste caso, identificando e punindo conforme a lei o verdadeiro(a) responsável por este crime.