Alguns prefeitos se posicionaram a favor da flexibilização e outros, principalmente os de cidades que não possuem leitos de UTI, disseram que seguirão a decisão do Estado.
O governador Ronaldo Caiado (DEM) se reuniu nesta segunda-feira (18/5), por videoconferência, com mais de 30 prefeitos goianos, para tratar de ações de combate à pandemia do novo coronavírus. O encontro, transmitido em tempo real pelos canais do Portal Dia Online e redes sociais do governador, teve início às 18h.
Na abertura da reunião, Caiado fez um apanhando de dados desde o início da pandemia em Goiás até o momento atual. O governador destacou que 32 cidades, sendo oito delas turísticas, estão em alerte devido ao número de casos e ao grande fluxo de pessoas, que, segundo ele, “acham que estão férias” e colocam os moradores do interior em risco.
Ainda na abertura da reunião, Caiado externou a preocupação quanto aos leitos disponíveis em cidades do interior e que, se ocorrer um aumento nos casos, pode nem se quer dar tempo de o paciente chegar em uma unidade de saúde que possa oferecer o atendimento.
Caiado voltou a explicar sobre a falta de adesão ao novo decreto proposto por ele na última semana e reforçou que as propostas dos prefeitos devem ser compatíveis à realidade. “Não adianta colocar distanciamento de dois metros e reforçar o uso de máscaras e abrir boate, abrir bar”, ponderou.
Prefeito de Formosa: O prefeito Gustavo Marques sugeriu mudanças nos horários de funcionamento das atividades comerciais. O político declarou que foi muito cobrado diante da possibilidade de um fechamento total. “Minha preocupação é salvar vidas, mas também precisamos atender a população [economicamente].” Gustavo disse que está aberto ao consenso com o governo estadual.
Prefeito de Goiânia: Iris Rezende elogiou as atitudes de Caiado diante da pandemia do coronavírus: “Teve coragem”. O emedebista citou ainda que os moradores da capital estão atendendo ao decreto, uma vez que não se vê mais “rodinhas” durante o período de isolamento.
Prefeito de Aparecida de Goiânia: Gustavo Mendanha destacou que o município tem feito “a tarefa de casa” e por isso permitiu a flexibilização das atividades, com regras, citando melhorias na área da saúde e aumento de testes. Mendanha explicou ainda que pediu à Secretaria de Saúde do município que não solicite vagas no HCamp de Goiás; todos os pacientes serão tratados em Aparecida de Goiânia.
Prefeitura de Araçu: O prefeito Joelton Bernardo reforçou que seguirá a decisão do governo estadual: “Se tiver que fechar, vamos fechar.” O prefeito ressaltou que entende a situação de todos, mas que, por exemplo, Araçu não tem condições de manter leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Prefeito de Aragarças: Zé Elias ponderou que o município também não tem leitos de UTI. Ainda de acordo com ele, a cidade tem apenas uma enfermaria para atender casos da covid-19 e que a distância de cidades que possam dar apoio é longa. Além disso, o prefeito explicou que a Saúde Municipal não dispõe de enfermeiros e nem médicos para atender no Hcamp local. Ele reforçou que também seguirá a decisão do governo estadual.
Prefeito de Anápolis: Roberto Naves disse que Anápolis segue as orientações dos órgãos de saúde e que, assim como Aparecida de Goiânia, tem feito a “tarefa de casa”. Além disso, ele completou que a cidade dispõe de leitos e que as decisões são tomadas em consenso com a Secretaria Municipal de Saúde.
Prefeito de Aruanã: O prefeito Hermano de Carvalho pediu para que o governo possa buscar uma “harmonização junto ao presidente” no discurso de ações contra a covid-19. Ele pediu ainda que a situação seja vista também pela questão econômica da cidade, uma vez que o município não tem condições de manter a população. O politico reforçou que seguirá a decisão do Estado, mas que precisa de unificação entre governos federal e estadual.
Prefeito de Caldas Novas: Evandro Magal iniciou a fala reforçando a movimentação turística da cidade e que nos próximos meses a queda será brusca. O prefeito disse ainda que a cidade tem 12 respiradores, 20 leitos de UTI e locais preparados para hospedar profissionais de saúde, se necessário. Evandro não defende o fechamento total das atividades, uma vez que a cidade, entre outras ações, dispõe de um plano de contingenciamento.
Prefeito de Ceres: Rafaell Dias falou sobre o número de casos de covid-19 e reforçou que a cidade tem estrutura diante da atual situação, com 20 leitos de UTIs e ambulância equipada, em caso de transporte. “Mesmo entendendo a importância do isolamento social e das medidas, nós nos preocupamos com a situação econômica. No momento, de forma responsável, Ceres tem condições de manter o funcionamento das atividades comerciais”, declarou.
Prefeito de Cidade Ocidental: Fábio Correa também fez um apanhado sobre os casos e recuperações na cidade. Ele sugeriu fazer de Luziânia o foco no atendimento aos casos coronavírus, que dispõe de um hospital municipal, com ajuda das cidades vizinhas do Entorno.
Prefeito de Itumbiara: O prefeito Zé Antônio também falou sobre as ações adotadas na cidade e diante da atual situação, se diz a favor da flexibilização das atividades comerciais. “Tanto a saúde quanto os empregos são fundamentais”, ponderou. Ele pediu reforçou nas medidas de conscientização e prevenção ao coronavírus.
Prefeitura de Jataí: O prefeito Vinícius Luz informou que vai manter os moldes do atual decreto seguido na cidade. Continuam fechados bares, boates e estabelecimentos semelhantes. Durante a fala, o prefeito também confirmou o primeiro óbito por covid-19 na cidade.
Dia Online - Thyélen Lorruama