Anúncio aconteceu após ataque a colégio de Santa Tereza de Goiás, que deixou três alunos feridos
O governador Ronaldo Caiado (UB) anunciou, nesta terça-feira (11), que vai adotar medidas de seguranças nas escolas. O anúncio aconteceu após um ataque a um colégio de Santa Tereza de Goiás, que deixou três alunos feridos. Conforme o governador, ele vai colocar detectores de metal nas escolas e autorizar vistoria nas mochilas dos alunos.
“Medidas enérgicas no sentido de salvar vidas. Já solicitei à Procuradoria do Estado que elabore o mais rápido possível um projeto de lei tratando desses temas”, falou o governador.
O suspeito de cometer o ataque na manhã desta terça-feira é um aluno, de 13 anos, do Colégio Estadual Doutor Marco Aurélio. Ele foi apreendido, segundo informou a Polícia Civil. O governador falou que os três estudantes não tiveram ferimentos graves e têm o estado de saúde regular.
Nesta tarde, o governador fez uma reunião, que começou às 16h, com representantes de diversos órgãos e unidades do Estado para tratar dos últimos episódios de ataque e ameaças a escolas, bem como de protocolos de segurança, nas unidades de ensino em Goiás.
Entre os participantes, estavam representantes da Secretaria de Educação, Secretaria de Segurança Pública, do Conselho Estadual de Educação e representantes do Tribunal de Justiça e Ministério Público.
Dentre as medidas anunciadas por Caiado estão alguns projetos de lei, que serão enviados à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), para abordar pontos como:
Sobre a implantação de detectores de metal nas escolas, Caiado disse que já mandou cobrar os equipamentos.
“Nós já estamos autorizando a compra. Uns acham que teria que botar porta giratória, mas no caso de Blumenau, por exemplo, ele [o suspeito] pulou o muro. Aí você tem que fazer cerca com arame de penitenciária ou cerca elétrica. Daqui a pouco, o pai não sabe se está levando o filho para a escola ou para o presídio”, disse.
Em relação à vistoria das mochilas dos alunos, Caiado lembrou que existe, atualmente, uma decisão que proíbe os coordenadores e professores de fazerem este tipo de vistoria.
“Nós encaminharemos também um projeto de lei à Assembleia Legislativa dando a todos os professores e coordenadores a prerrogativa, sim, de vistoriar a mochila daqueles jovens que estão ali assistindo a aula dentro de qualquer suspeita ou qualquer atitude que venha a chamar atenção”, disse.
Em relação à responsabilização dos pais, Caiado lembrou que os pais têm o direito de ter acesso a todo conteúdo da rede social de seus filhos.
“Temos a necessidade de responsabilizarmos, neste momento, os pais e as redes sociais. Não é possível mais nos admitirmos que os pais, que sabem muito bem que têm direito de ter acesso a todo conteúdo da rede social de seus filhos, amanhã aleguem desconhecimento do que está ocorrendo. Então os pais terão que ter, não só a responsabilidade, como pagar pela omissão ou conivência pelos crimes cometidos pelos filhos”, disse.
Especialistas ouvidos pelo g1 apontam que a implantação de detector de metal em escolas já é pedida em alguns projetos de lei em tramitação na Câmara dos Deputados. Um deles é assinado pelo deputado Alberto Fraga (PL-DF), que acredita que o equipamento é importante porque "pelo menos, evita que um aluno entre armado até mesmo com uma faca. Material cortante ou arma de fogo será detectado por esse aparelho”.
O principal efeito é impedir que alunos entrem portando armas de fogo ou facas nas dependências da escola. Porém, para que isso se torne viável, é necessário um grande investimento para a compra, instalação, manutenção e operação dos equipamentos.
Já o reforço no policiamento é avaliado como tendo um impacto de alívio temporário