Governador diz que modelo ainda teria que ser discutido no governo
Com o fim do auxílio emergencial no último mês, o governo de Goiás pode propor alguma medida que auxilie famílias de baixa renda. Em coletiva, o governador Ronaldo Caiado (DEM) disse que, caso o governo federal não reveja a decisão, o Estado pode escolher uma prática “de acordo com o momento e a situação”.
O governador reconhece que, com a ausência do auxílio neste momento de crise pandêmica do novo coronavírus (Covid-19), pode haver um agravamento da situação de famílias vulneráveis. Caiado lembrou, inclusive, que no começo da pandemia o governo de Goiás distribuiu, emergencialmente, 520 mil cestas básicas.
Vale lembrar, 18 Estados brasileiros, por meio de seus secretários da Fazenda, enviaram uma carta ao Congresso Nacional, na última semana, para que o benefício fosse prorrogado. Goiás, contudo, não fez parte da lista.
No texto, os representantes dizem que “a continuidade de tal medida é essencial para não colocar milhares de famílias em situação de fome e desamparo social, manter o nível do consumo, evitando a paralisia da atividade econômica e, consequentemente, a arrecadação dos tributos, principalmente do ICMS, principal imposto estadual”.
Eles observam que a perspectiva de uma vacinação satisfatória ainda é distante. “Lamentavelmente, ao contrário do que esperávamos, a pandemia ainda não chegou ao fim.”
Reforça-se, o auxílio emergencial terminou, oficialmente, em 27 de janeiro, com um último pagamento para 196 mil pessoas, que contestaram a suspensão ou a negativa do auxílio nos meses de novembro e dezembro. Em Goiás, entre abril e dezembro, foram R$ 9,9 bilhões em benefícios transferidos pela caixa – no País, R$ 292,9. Em uma conta superficial, mensalmente, deixa de circular cerca de R$ 1,1 bi por mês no Estado.
Em sua live semanal – no último dia 28 -, o presidente Bolsonaro justificou o fim do auxílio. Segundo ele, a continuidade do benefício quebraria o Brasil e teria uma série de outras consequências desastrosas, no momento em que os principais candidatos às presidências da Câmara e do Senado defendem a discussão de algum tipo de ajuda para quem ficou sem renda durante a pandemia do novo coronavírus.
“Lamento. Pessoal quer que continue (o auxílio emergencial), [mas se continuar] vai quebrar o Brasil, vem inflação, descontrole da economia, vem um desastre e todo mundo aí pagar caríssimo”, disse ele.