Resgate foi feito com ajuda de condôminos e animal encaminhado ao Ibama. Agência Municipal de Meio Ambiente acredita que ave era criada ilegamente na capital
Uma arara azul foi resgatada após ser encontrada em um condomínio no Setor Campinas, em Goiânia. A confeiteira Lilia Costa, de 43 anos, conta que ajudou a Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) a pegar a ave, que estava no local há um dia.
Veja o vídeo da captura:
“Escutei o grito dela, desci e fiquei vigiando, ela ficou 2h na tela de um apartamento. Depois ela me viu com uma maçã na mão, eu fiquei chamando e ela veio até mim. Fiquei quietinha e o pessoal da Amma chegou com a rede e a pegaram”, explica a confeiteira.
O resgate aconteceu nesta segunda-feira (21) e a ave foi encaminhada para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Segundo a gerente de fauna da Amma, Isabela Saddi, a agência estranhou por ser acionada, pois não há registros oficiais de araras azuis em Goiânia.
“O que mais intriga é que esse animal não tem anilha de identificação, é um animal que não ocorre aqui, ele claramente era cuidado por alguém, por ser muito dócil. Deixou as pessoas fazerem até cafuné”, pontua a profissional.
Por não ter o registro de identificação, obrigatório para criação desses animais, Isabela indica que a ave era criada de forma ilegal. A profissional aponta que a aparição da ave indica a existência de tráfico de animais na capital.
De acordo a legislação brasileira, criar animais silvestres sem autorização da autoridade competente pode ocasionar detenção de seis meses a um ano, e multa.
A ave
O biólogo Edson Abrão explica que a arara azul foi declarada oficialmente extinta pelo governo brasileiro. O profissional afirma que a ave não deve ser alimentada por moradores, por se tratar de um animal silvestre.
“Existem em torno de 240 espécies em cativeiros não clandestinos. São pequenas ONGs que estão tentando fazer a reprodução desses animais, que é difícil”, narra Edson.
Por conta das condições em que a arara foi resgatada, Edson reforça que há grandes chances da ave ser domesticada.