Levantamento de organização sem fins lucrativos havia colocado Goiás entre os estados brasileiros menos transparentes na crise pandêmica
O CoronaTransp, portal da transparência que visa apresentar informações relativas aos gastos de recursos aplicados no combate ao novo coronavírus, entrou em funcionamento nesta segunda-feira (6). A disponibilização dos dados foi anunciada pelo governador Ronaldo Caiado (DEM) na noite deste domingo (5). A medida foi tomada após questionamentos relativos à escassa divulgação de informações da administração estadual à frente da crise sanitária.
Recente levantamento da Open Knowledge (OKBR), organização sem fins lucrativos que acompanha gastos públicos no Brasil e em outros 65 países, colocou Goiás como um dos estados brasileiros menos transparentes acerca dos gastos realizados contra o avanço da pandemia. Parlamentares de oposição também criticaram a falta de informações.
Entre eles, o deputado estadual Major Araújo (PSL), usou as redes sociais para reclamar da compra de máscaras por um valor considerado acima de mercado. A compra dos equipamentos de proteção foi anunciada na última sexta-feira(3), em suplemento do Diário Oficial do Estado.
No domingo, entretanto, por meio das redes sociais, o governador argumentou que sempre defendeu a transparência na gestão dele. Ele reforçou que a plataforma terá “informações sobre como estão sendo investidos os recursos emergenciais destinados ao combate do coronavírus em Goiás”.
O governador também anunciou outro recurso, chamado de CoronaInfo, plataforma que traz o detalhamento das ações de ouvidoria, como informações, reclamações e denúncias. Os dados estarão disponíveis no Portal da Transparência (www.transparencia.go.gov.br).
Apesar das críticas da oposição, o governador havia alertado no dia 12 de março que essa situação iria ocorrer. Caiado destacou o assunto no momento em que eram confirmados os primeiros três casos do novo coronavírus em Goiás e o Hospital do Servidor era transformado em Hospital de Campanha, com a apresentação de pontos do primeiro decreto de isolamento social.
“Esse decreto tem uma finalidade preventiva e proativa. A função preventiva é que temos condições para tomar medidas para decidirmos em conjunto com os outros poderes, medidas que possam ficar acima de qualquer dúvida. Um respirador para comprar hoje tem um valor e no ano que vem metade do preço. Queremos fazer tudo com a melhor transparência e que tudo seja vinculado na ata do Ministério da Saúde”, relatou à época.