Diogo Soares morreu esperando por vaga em leito no Hospital Materno Infantil (HMI) de Goiânia na última quinta-feira, 28 | Foto: reprodução TV Anhanguera
Após a morte do menino Diogo Soares, de 5 anos, no corredor da sala de espera do Hospital Materno Infantil (HMI), em Goiânia, a médica pediatra Irene Ribeiro Machado fez um desabafo.
Irene, que trabalha no hospital a 22 anos, relatou por meio de uma rede social o caos que se encontra o HMI.
“O CORREDOR ESTAVA CHEIO DE CRIANÇAS INTERNADAS EM CADEIRAS! SÍNDROME DE FOURNIER, ABDÔMEN AGUDO, PNEUMONIA COM DERRAME PLEURAL, RECÉM-NASCIDOS COM INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA. E COLOCAR ONDE? SE ATÉ AS CADEIRAS ESTÃO TODAS OCUPADAS? NÃO TIVE CORAGEM DE IR EMBORA AO FINAL DE 12 HORAS DE PLANTÃO E DEIXÁ-LAS SOZINHAS. FIQUEI!”
A médica contou ainda que havia nas cadeiras, pacientes de UTI, de enfermaria de alta complexidade, pós-operatório, além de consultas que não paravam de chegar.
“Tem criança que fica 3, 4, 5 dias internada em cadeira”, afirmou a doutora em entrevista à TV Anhanguera.
Irene disse ainda que sente uma sensação de abandono.
“Me senti abandonada no meio do caos. Tentando atender, tentando auxiliar e não ter suporte. A sensação é que cada dia piora, aumentam as dificuldades, as limitações nossas. E a gente não vê solução”, desabafou a médica sobre a situação do HMI”.
Direção do HMI
Sobre as denúncias da médica Irene Ribeiro, a direção do HMI disse que mesmo lotado, o hospital não vai recusar pacientes.
Já a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) declarou que trabalha para solucionar o problema e que pretende construir um novo hospital, nos mesmos moldes do HMI, com estrutura 3 vezes maior.
A pasta não informou quando as obras irão iniciar.