"Seria uma derrota para o governo", avalia o deputado estadual Paulo Trabalho
Alego: deputados pressionam Lissauer a retirar da pauta projeto que taxa agro (Foto: Jucimar de Sousa - Mais Goiás)
Deputados estaduais e representantes do agronegócio querem que o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) Lissauer Vieira (PSB) retire da pauta o projeto do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) para taxação do agro. Na última semana, o texto teve pedido de vistas em Comissão da Casa. A partir de quarta-feira (16), ele deve retornar ao colegiado antes de ir a plenário.
Os deputados que pressionam Lissauer são Major Araújo (PL), Gustavo Sebba (PSDB) e Paulo Trabalho (PL). Caso o presidente retire a matéria, ela só poderá ser apresentada no ano que vem, explica Paulo. E a taxação, caso o texto passasse em 2023, só valeria para 2024.
“Seria uma derrota para Caiado”, avalia Paulo Trabalho. Ele cita, contudo, que o presidente da Casa criaria uma grande indisposição com o governo. “Lissauer já disse ser contrário, mas ainda não mobilizou nada. Além de ser contra, ele precisa fazer algo para ajudar o agro.”
Ainda segundo Trabalho, caso a matéria seja aprovada, o setor agropecuário não esquecerá os parlamentares favoráveis à taxação. “O agro tem um poder muito grande de retaliação e esses deputados serão considerados ‘inimigos do agro’.”
Vale citar, o deputado do PL também organiza uma manifestação contra o projeto nesta quarta-feira (16). Será um tratoraço na porta da Alego.
Destaca-se, a taxação pode chegar até 1,65% e serve para compensar a perda de arrecadação do ICMS por medida do governo federal, conforme justifica o Estado. Esta não terá incidência em toda a produção agropecuária. Apenas os produtores de milho, soja, cana de açúcar, carnes e minérios serão contribuintes. A proposta do governo estadual é que o valor arrecadado vá para um fundo e seja investido na infraestrutura do Estado.