Em jogo emocionante, o Jacaré despachou o Paracatu por 3 x 2, enquanto o Periquito bateu o Real por 1 x 0. Desde 2011, o clássico não decidia o Candangão
Um dos maiores clássicos da cidade vai decidir o título Candangão depois de sete anos. Brasiliense e Gama lutarão pelo troféu nos próximos dois sábados, segundo datas inicialmente marcadas pela Federação de Futebol do Distrito Federal, às 16h, no estádio Mané Garrincha.
A última vez que os dois times estiveram frente a frente em uma final foi em 2011, quando o Jacaré levou a melhor em cima do Periquito — o primeiro jogo terminou 1 x 1 e o segundo, 0 x 0. Como tinha melhor campanha, naquele ano, o clube amarelo ficou com o campeonato.
Ontem, pelas semifinais, o alviverde venceu o Real por 1 x 0, enquanto o Brasiliense bateu o Paracatu por 3 x 2, em um confronto emocionante.
O primeiro jogo da tarde ocorreu no Abadião, em Ceilândia. A vantagem era do Paracatu, que venceu o Brasiliense na partida de ida das semifinais por 1 x 0. Mesmo assim, o time mineiro não descansou. Logo aos 4 minutos, Davi passou pelo zagueiro Lúcio na esquerda e passou para Diego chutar. Edmar Sucuri defendeu, mas Richelly aproveitou o rebote e abriu o placar.
Mesmo assim, o Brasiliense seguiu pressionando e com diversas chances de gol. Até que, aos 37, o volante Acerola, que já havia recebido o cartão amarelo, acabou expulso e deixou o time mineiro com menos um ainda no primeiro tempo.
Isso deu mais força para o Jacaré, que chegou ao empate aos 44. Lúcio, em redenção depois da falha no primeiro gol, cruzou da direita e achou Romarinho, que não perdoou: 1 x 1. E nos acréscimos, aos 49, depois de Gleicinho cobrar escanteio pela esquerda, Badhuga escorou de cabeça e virou: 2 x 1 para o time amarelo.
Na etapa final, o Brasiliense seguiu em cima, mas o Paracatu também pressionou. Aliás, os dois times perderam um festival de oportunidades. Lúcio chegou a ter um gol anulado aos 34. Pouco depois, aos 40, o pentacampeão mundial subiu demais com o pé e o árbitro enxergou pênalti, apesar das reclamações dos jogadores do Jacaré.
O lateral-esquerdo Danilo Itaporanga cobrou e converteu: 2 x 2. O jogo ficou completamente aberto, mais na base da raça do que de esquemas táticos. Nos acréscimos, aos 48, outra redenção de Lúcio, que subiu mais que os marcadores e marcou o terceiro de cabeça: 3 x 2 pra o Brasiliense. Na comemoração, ele tirou a camisa, recebeu o segundo amarelo e foi expulso.
Os ânimos seguiram quentes, mesmo com o apito final, e a confusão tomou conta do Abadião, inclusive com a invasão de torcedores. A Polícia Militar usou bombas de efeito moral para acabar com a briga generalizada. Em entrevista à TV Brasiliense, Lúcio se mostrou bastante aliviado, e agradeceu aos companheiros por terem se superado depois do pênalti marcado.
“O nosso time mereceu, jogou melhor. Desde quando eu tinha 18 anos, quando eu tomei de 7 x 0 jogando pelo Guará (contra o Internacional, pela Copa do Brasil), eu conheci um Deus de milagre. Hoje, Ele fez mais um milagre”, afirmou o pentacampeão, antes de criticar o treinador Adelson de Almeida, dispensado no meio da semana.
“O Brasiliense cresce neste momento, quando houve até um pouco de falta de caráter do técnico que saiu”, disparou.
Agora, o Jacaré tem dois problemas para a decisão: a expulsão de Lúcio e o terceiro amarelo do goleiro Edmar Sucuri.
Em princípio, ambos cumprem suspensão automática.
No Bezerrão, Gama e Real fizeram um jogo pegado. Os visitantes entraram com intuito de vencer, afinal, na primeira partida da semifinal, perderam por 2 x 1, na quinta-feira. O problema é que acabaram dando espaço para o alviverde, que não desperdiçou.
Aos 39 minutos do primeiro tempo, Tarta colocou os donos da casa na frente: 1 x 0. “Eu vejo o tanto que essa torcida luta, com o time nessa situação. Eu me esforço demais”, discursou o jogador, durante o intervalo, diante de mais de 5,1 mil presentes.
No segundo tempo, o Gama seguiu com o esquema de manter a posse de bola, com tranquilidade, para manter a vantagem. O time teve diversas chances de ampliar, apesar da vontade do Real de ir ao ataque.
O alviverde, inclusive, chegou a ter um gol anulado na etapa final. Mas a defesa do Periquito provou porque só sofreu seis gols durante todo o campeonato. Aliás, com a vitória sobre os adversários, o clube manteve a invencibilidade no torneio.
Chega à final contra o Brasiliense sem perder um jogo sequer. "Eu estou muito feliz com a resposta dos jogadores, de acordo com o que a gente pediu desde o começo", comemorou o técnico Vilson Tadei, já vislumbrando a final contra o Brasiliense.
"É a final que todo mundo queria. Vamos descansar e preparar a rapaziada para a decisão, que vai ser difícil", apontou.
Herói da partida, Tarta vibrou também com a vaga conquistada para a disputa da Copa do Brasil de 2020. "Um clube desse tamanho, com uma torcida sensacional dessa, não pode ficar sem jogar um campeonato nacional", afirmou, também empolgado com a decisão contra o Jacaré.
"Esperamos jogos muito complicados, o time deles é qualificado. Mas clássico é decidido nos detalhes".
Fonte: Futebol Candango