Conquistas inéditas da ginasta nas Olimpíadas de Tóquio atrai visibilidade para a modalidade, e CBG prevê reflexo a partir dos Jogos de Los Angeles 2028
O Campeonato Brasileiro de Aracaju, no último fim de semana, foi a primeira competição nacional de ginástica artística desde as medalhas inéditas de Rebeca Andrade nas Olimpíadas de Tóquio. Mesmo sem a presença de público por causa da pandemia do coronavírus - apenas convidados estavam na arquibancada -, a campeã olímpica atraiu a atenção da mídia e de muitos fãs.
- A gente vê primeiro um apoio muito grande e uma busca do público brasileiro em conhecer mais a ginástica. Isso para a gente é fundamental. Quanto mais a gente tem a ginástica sendo vista, mais crianças vão querer praticar. E quando você tem uma estrela, uma campeã, isso motiva mais crianças a iniciar a prática. Essa cadeia é fundamental. A gente está vendo as escolinhas lotadas. Vários clubes estão com fila de espera - contou Henrique Motta, coordenador geral da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG).
A CBG vê um boom da ginástica artística no Brasil impulsionado pelas duas medalhas de Rebeca Andrade nas Olimpíadas. Só no ginásio de Guarulhos em que a campeã olímpica deu seus primeiros passos foram mais de 300 crianças inscritas depois dos Jogos. O número total de praticantes passa de 13 mil, um recorde.
- A gente já sente esse impacto das conquistas da Rebeca hoje no número de praticantes, que vem aumentando cada vez mais. Temos 13 mil atletas praticando ginástica no Brasil. Esse é o maior número da história e nos dá a certeza de que estamos indo no caminho certo, mas para ver esse reflexo em nível internacional do impacto que as conquistas da Rebeca tiveram você vai ter dois ciclos olímpicos para que isso aconteça - disse Henrique Motta.
A CBG acredita que as crianças que estão começando a praticar ginástica agora inspiradas por Rebeca Andrade vão precisar de cerca de pelo menos sete anos para se desenvolver e chegar à categoria adulta. Assim, o reflexo das conquistas da ginasta deve ser visto com mais clareza a partir dos Jogos de Los Angeles 2028.
- Daqui a dois anos, o Brasileiro pré-infantil já vai ter novos talentos. Aqueles meninos e meninas que vão ser os novos campeões - disse Henrique Motta.