Keno e Hulk marcaram os gols do time no triunfo por 2 a 1 sobre o Athletico-PR em Curitiba
O Atlético-MG é bicampeão da Copa do Brasil. Nesta quarta-feira (15/12), o time mineiro confirmou o favoritismo e sacramentou a conquista ao vencer o Athletico-PR no jogo de volta da decisão por 2 a 1, com gols de Keno e Hulk, na Arena da Baixada, em Curitiba (PR). Jaderson diminuiu para o time da casa. No duelo de ida, no domingo (12), no Mineirão, havia encaminhado o título ao golear o oponente por 4 a 0.
A conquista encerra uma temporada praticamente perfeita do Atlético-MG. O clube, afinal, já havia vencido o Campeonato Brasileiro, encerrando um jejum de 50 anos na competição, além de ter sido campeão estadual. E só não teve êxito total em 2021, pois foi eliminado nas semifinais da Copa Libertadores, ainda que sem perder nenhuma vez no torneio continental.
“O time de 2013 era uma equipe mais sanguínea, com mais intensidade de jogo, que marcava mais o adversário e sufocava. Já o de 2021 é uma equipe que constrói mais jogadas, muito organizada, que sofre pouco defensivamente e é muito competente no ataque”, comparou o ex-goleiro Victor, herói daquela conquista e hoje membro da comissão técnica, em entrevista com a CNN Brasil.
Não é para menos. Afinal, as derrotas foram raras na temporada atleticana. O time entrou em campo 75 vezes, com 52 vitórias, 14 empates e 9 reveses. Um desempenho que fez o clube alcançar um feito raro no futebol nacional: ganhar duas competições nacionais no mesmo ano. Antes, apenas o Palmeiras em 1967, quando venceu a Taça Brasil e o Robertão, e o Cruzeiro, em 2003, quando também faturou a Copa do Brasil e o Brasileirão, tiveram esse desempenho.
“Em 2013 tinha o elenco a ser batido, um dos melhores do país. Agora em 2021 a história se repete. Teve 1971 (time campeão brasileiro) e assim vai. O Atlético está no caminho certo, traçando um planejamento muito bom, então acredito que ao longo dos anos terão outros Atléticos semelhante a este de 2021”, afirmou o zagueiro Réver, em entrevista coletiva.
Conquistar três títulos em uma única temporada também é feito raro. O último clube a alcançar esse desempenho no cenário nacional foi o Cruzeiro de 2003, também campeão mineiro naquele ano. Mas tem sido mais recorrente em anos recentes, quando se contabiliza torneios continentais – são os casos do Palmeiras de 2020 e do Flamengo em 2019 e 2020.
Na Copa do Brasil, o Atlético-MG já havia sido campeão em 2014. Repetiu a conquista agora com uma campanha de nove vitórias e uma derrota em dez jogos. Estreando na terceira fase, eliminou o Remo. Nas fases seguintes, passou por Bahia, Fluminense e Fortaleza, chegando à decisão. No jogo de ida, aplicou a maior goleada da história da decisão. E agora foi campeão com mais uma vitória.
Assim como na conquista do Brasileirão, o Atlético-MG teve o artilheiro da Copa do Brasil: Hulk. O atacante marcou 8 gols em 10 jogos no torneio mata-mata. Ele também foi o jogador com mais gols no futebol nacional na temporada – foram 36 em 68 partidas.
E os heróis do jogo da conquista foram os mesmos de 13 dias atrás. Se na Fonte Nova, quando venceu o Bahia por 3 a 2 para ser campeão brasileiro, Hulk fez um gol e Keno marcou outros dois, ambos também foram às redes na Arena da Baixada. Dessa vez, Keno abriu o caminho para o novo título com o seu gol no primeiro tempo. E Hulk sacramentou a vitória e o título na etapa final.
Para o jogo decisivo da Copa do Brasil, o Atlético-MG teve uma mudança na escalação, a mesma realizada durante o primeiro duelo: a entrada do chileno Eduardo Vargas no lugar do lesionado Diego Costa. No Athletico-PR, o técnico Alberto Valentim mudou o esquema tático, com uma formação de apenas dois zagueiros. Sem contar com Thiago Heleno, suspenso, e Nikão, lesionado, escalou José Ivaldo na zaga, Christian no meio-campo e Pedro Rocha no ataque.
O início do jogo foi, porém, de pouco futebol, com muitos lances ríspidos e pouca bola rolando, a ponto de a primeira finalização ter saído apenas aos 17 minutos. Pouco depois, o Atlético-MG levou o primeiro susto, com o gol de Pedro Rocha, anulado com o auxílio do VAR, pois a bola tocou em sua mão antes de o atacante finalizar às redes.
Mas também foi só esse susto. Aos 24 minutos, Vargas puxou contra-ataque e acionou Zaracho, que rolou para Keno bater, fazendo 1 a 0, ampliando ainda mais a vantagem da equipe mineira no placar agregado. Depois disso, o Atlético-MG ainda poderia ter marcado outras vezes, com uma cavadinha de Hulk e outra finalização perigosa de Keno. E não correu mais riscos diante de um Athletico-PR pouco criativo e que teve apenas uma chance, com Terans. Além disso, o time abusou das entradas ríspidas, o que redundou em mais discussões antes do apito final.
A etapa final teve mais bola rolando, com o Athletico-PR também conseguindo ser mais perigoso no campo de ataque. Uma das novidades do time para o segundo tempo, Fernando Canesin deu trabalho duas vezes a Everson. E Vinicius Mingotti, que substituiu o lesionado Renato Kayzer ainda na primeira etapa, teve um gol anulado por impedimento.
Aos poucos, porém, a pressão arrefeceu. E o Atlético-MG, com tranquilidade, passou a administrar a vantagem e, eventualmente, a chegar com perigo no ataque, como com Allan, aos 23. E aos 30 minutos veio o gol que selou o título. E ele tinha de ser de Hulk. Em contra-ataque, Savarino deu passe em profundidade para o atacante, nas costas de Zé Ivaldo. Ele saiu cara a cara com Santos e deu uma cavadinha por cima do goleiro.
No fim, Jáderson diminuiu para o Athletico-PR. Mas nada que impedisse a consagração do Atlético-MG como o melhor do futebol nacional em 2021. Campeão do Campeonato Brasileiro e, agora, da Copa do Brasil.