Ex-jogador e o irmão Assis comparecem ao Palácio de Justiça de Assunção e o juiz de plantão vai determinar se eles continuam detidos preventivamente ou não pelo uso de documentos falsos
uso de documentos falsos
Ronaldinho e Assis foram presos preventivamente na noite desta sexta-feira (06/03) após ação do Ministério Público, para impedi-los de deixar o Paraguai (eles haviam comprado passagem de volta para o Brasil para a manhã deste sábado). Na quinta-feira, o MP havia decidido não abrir processo formal contra eles, mas no dia seguinte o juiz Mirko Valinotti, do Juizado Penal de Garantias de Assunção, teve uma audiência de seis horas com os envolvidos, não aceitou essa tese e deu 10 dias para a promotoria investigar o caso e dar o parecer definitivo.
Ronaldinho e Assis tiveram os documentos retidos na última quinta-feira, um dia depois da chegada ao Paraguai para participar de eventos promocionais. O MP considerou que ambos "foram enganados em sua boa fé". A promotoria decidiu usar o “critério de oportunidade”, recurso no Código Penal paraguaio que deixaria livre de processo Ronaldinho e seu irmão (e empresário). Ele é usado quando os suspeitos admitem o delito e não têm antecedentes criminais no país.
A audiência desta última sexta-feira poderia ter resultado em uma pena de reparação social. Essa foi a sugestão negada pelo juiz Mirko Valinotti. A Procuradora-Geral do Estados, Sandra Quiñonez, determinou a substituição dos promotores do caso.
Wilmondes foi acusado por produção de documentos não autênticos, uso de documentos públicos de conteúdo falso e falsidade ideológica. Já María Isabel e Esperanza foram acusadas de uso de documentos públicos com conteúdo falso, e colocadas em prisão domiciliar.
Entenda o caso de Ronaldinho no Paraguai
Ronaldinho e Assis chegaram na manhã de quarta-feira em Assunção para participarem de evento da ONG Fundação Fraternidade Angelical. Ambos também foram ao país a convite do empresário Nelson Belotti, dono de um cassino que tem o ex-jogador como embaixador. Os passaportes no desembarque chamaram a atenção das autoridades.
Os dois passaram a ser suspeitos por uso de documentos falsos, mas apenas horas depois, à noite, membros do Ministério do Interior e do MP locais fizeram uma operação de busca.
Segundo o MP, passaportes, carteiras de identidade e telefones de R10 e Assis foram apreendidos no Yacht y Golf Club. Segundo o ministro do Interior Euclides Acevedo, os dois ficariam sob custódia no hotel até a manhã da última quinta-feira, quando foram prestar depoimento.
Por Martín Fernandez e Raphael Sibilla — Assunção, Paraguai