Em nota, influenciadora disse que respeita as regras da saúde para evitar a disseminação da doença e que se sente "triste" com a tragédia provocada pelo vírus.
A blogueira goiana Sayma Dualibe pediu desculpas após ter afirmado que máscaras não salvam vidas e pedir a reabertura de bares em meio à pandemia de Covid-19. Em uma nota, ela informou que não soube se expressar e que respeita as regras da saúde para evitar a disseminação da doença. Ela informou ainda que se sente "triste" com a tragédia provocada pelo vírus.
“Fico imensamente triste com toda essa tragédia provada pela Covid-19... Peço desculpas a todos que se sentiram ofendidos, eu realmente não soube expressar meus sentimentos da maneira correta”, disse.
A postagem foi feita após um voo atrasar e a blogueira ter de dormir em um hotel no aeroporto do Rio de Janeiro. Na publicação, ela também pedia a volta das boates. A influenciadora digital tem quase 300 mil seguidores e seus relatos contradizem as regras de combate e prevenção ao coronavírus, conforme especialistas. No post, ela ainda escreveu "#TragoVerdades".
“Muitas companhias aéreas falindo. Estamos em crise e, acreditem, não é o uso de máscaras que vai salvar vocês”, escreveu.
Na nota enviada ao G1, a influenciadora disse que, durante a viagem ao Rio De Janeiro, seguiu todos os protocolos de segurança e que não infligiu a lei.
"Não infligimos leis, todos os locais onde fomos estavam abertos à visitação pública. Em casa, para fazer fotos e vídeos eu realmente limpo minhas mãos com álcool 70% e tiro a minha máscara, depois coloco novamente", informou.
A publicação da blogueira foi compartilhado na terça-feira (19) por um perfil de uma rede social criado para denunciar brasileiros em “momentos de confraternização” em meio à pandemia. O post em que a blogueira foi “denunciada” já ultrapassa 2,5 mil comentários.
Um seguidor lamentou a publicação feita pela blogueira. Ele comentou no post que estava chorando a perda de uma madrinha para a doença. "Neste momento eu choro a morte da minha madrinha.... Enquanto alguém escreve isso, outras mil pessoas choravam igual a minha família. É a segunda pessoa em uma semana que perdemos pra covid", escreveu.
A blogueira, eu sua postagem, defendeu a abertura de boates, bares e restaurantes e escreveu ainda que as pessoas precisam sair para criar anticorpos ou vão ter de “esperar a vacina sentados em casa e vendo seus avós morrerem”. Ela escreveu ainda: “Nosso corpo é capaz de produzir anticorpos”.
“Boates, bares e restaurantes precisam voltar a funcionar em todo o Brasil ou todo mundo vai ter que ter jatinho particular e UTI em casa para ficar vivo”, disse.
Em Goiás, bares e restaurantes estão liberados para funcionar desde julho do ano passado, seguindo protocolos de segurança, como distanciamento de mesas, e sem aglomerações . As boates, seguem proibidas no estado.
Em outro post, ela escreveu para seus quase 300 mil seguidores que todos precisam encarar a doença de frente, sem máscaras e que precisam ir para as ruas. A Covid-19 havia tirado a vida de 212.893 brasileiros, até as 20h de quarta-feira (20).
“Precisamos encarar a Covid de frente, sem máscaras e sem medo. Deixem os filhos e os mais velhos em casa e vão para a rua pela bandeira e pela pátria”, finalizou.
O infectologista Marcelo Daher reforçou que o uso de máscaras ainda é o item de proteção mais importante para evitar a contaminação e disseminação da Covid-19. Segundo ele, mesmo com o início da vacinação, os protocolos de segurança devem continuar sendo seguidos pela sociedade.
“É inquestionável [a necessidade do uso de máscara]. As medidas de proteção, se forem usadas adequadamente, vão proteger. A volta do comércio também é importante, mas não podemos menosprezar a doença. Caso contrário, a doença ainda vai levar muitas vidas”, disse.
O infectologista explicou ainda que as pessoas que são contaminadas, de fato, criam anticorpos, mas que já existem casos de reinfecção da doença. Segundo ele, tentar uma imunidade de rebanho através da contaminação levaria muitas vidas.
“Todos estão cansados, querendo voltar à normalidade, mas precisa ter senso. O melhor exemplo vivo é Manaus, que começou a liberar achando que já tinha a imunidade de rebanho. Muitas pessoas estão morrendo”, lamentou.
O especialista finaliza contestando a publicação da influencer. Segundo ele, muitos jovens não estão se preocupando em se proteger acreditando que, com eles, a doença terá evoluções mais leves.
“Essas informações, neste sentido, não têm nenhum fundamento científico, mas elas se difundem muito rápido. As pessoas mais jovens pode até ter uma evolução menor da doença, mas eles entram em contato com idosos que morrem. Não podemos esquecer que jovens também estão morrendo. Isso pode custar vidas, inclusive, de algum seguidor dela”, finalizou.