Em maio, os cruzamentos apontaram que 305.291 servidores públicos federais, municipais e distritais, em todo o país, foram incluídos como beneficiários
As fraudes no auxílio emergencial continuam, apesar das constantes denúncias de irregularidades. O benefício de R$ 600 mensais, que deveria ser sacado exclusivamente pelos mais necessitados, está sendo embolsado por pessoas de alta renda. A Controladoria-Geral da União (CGU) cruza vários dados para identificar esses ralos. Em maio, os cruzamentos apontaram que 305.291 servidores públicos federais, municipais e distritais, em todo o país, foram incluídos como beneficiários, com prejuízo para os cofres públicos de R$ 278,9 milhões.
Civis e militares, juntos, foram responsáveis por desvio de R$ 15,5 milhões. Somente entre os servidores civis federais, 7.236 profissionais se beneficiaram. O rombo com esses chegou a R$ 4,5 milhões. Além de 17.551 são militares, ativos, inativos ou pensionistas, no montante de R$ 15,6 milhões.
Nas esferas estadual, distrital e municipal, foram identificados 370.504 pagamentos, também para ativos, inativos e pensionistas, com impacto financeiro de R$ 263,8 milhões. Desse total, os funcionários estaduais e municipais de Manaus (AM) foram os responsáveis pelo maior desvio (R$ 62,6 milhões), Bahia (BA) vem em seguida, com R$ 44,7 milhões e Pernambuco (PB), com R$ 17,6 milhões.
Para Renato Meirelles, fundador e presidente do Instituto Locomotiva, “essas pessoas partem do princípio que são pagadores de impostos e pequena quantia de R$ 600 mensais funciona como uma espécie de “retorno” do que contribuíram. “Há uma inversão de valores. Não pensam que o dinheiro público é de todos. Acham que não é de ninguém”, aponta.