Segundo Ministério da Fazenda, desconto médio ficou em 86,3%
O mutirão do programa Desenrola Brasil, que aconteceu na última quarta-feira, chamado pelo Ministério da Fazenda de “Dia D”, renegociou R$ 433 milhões em dívidas de 72 mil brasileiros. De acordo com a pasta, o desconto médio das dívidas foi de 86,3%, com valor médio parcelado de R$ 1.087 e, à vista, de R$ 262.
“A ação solucionou 150 mil dívidas, e o valor total renegociado, em apenas um dia, foi sete vezes maior que a média diária da última semana. Nos momentos de pico de acessos à plataforma do Desenrola na internet, foram feitas mais de duas renegociações por segundo”, afirmou a pasta, em nota.
Desde o lançamento da Faixa 1 do programa, no dia 9 de outubro, a plataforma do Desenrola oferecia a possibilidade de pagamento à vista de dívidas de até R$ 20 mil. Na segunda-feira, foi aberta a possibilidade de negociações de forma parcelada.
Na quarta-feira, os bancos aumentaram os horários de atendimento de parte de suas agências. Na terça-feira, o presidente Lula em sua live semanal convidou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para difundir o programa.
“A mobilização representou uma parceria do governo federal com bancos privados e públicos, como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, e demais entidades credoras participantes do programa. O atendimento voltado ao público do Desenrola continuará pelos canais dos bancos e demais credores do programa”, disse a Fazenda.
Promessa de campanha do presidente Lula e lançado como forma de impulsionar a economia e reduzir o endividamento das famílias, o mutirão do Desenrola foi uma tentativa de impulsionar o programa, que ainda não deslanchou.
A fase mais importante do programa, iniciada há mais de um mês, atingiu apenas 740 mil pessoas, de acordo com o Ministério da Fazenda, enquanto o governo via potencial de até 32 milhões CPFs tirarem o nome do vermelho.
Somadas as duas fases, foram 2,94 milhões de pessoas atingidas — além de 6 milhões de brasileiros que tiveram dívidas de até R$ 100 retiradas dos registros de negativados.
A etapa atual está focada na população de baixa renda e permite o parcelamento de dívidas, bancárias ou não, de até R$ 5 mil. Para tentar impulsionar o programa, o governo fez o “Dia D”.
O programa começou pela Faixa 2, com pessoas com renda mensal de até R$ 20 mil e cujas dívidas bancárias foram inscritas em cadastros de inadimplentes até 31 de dezembro de 2022. As renegociações da Faixa 2 são realizadas diretamente com os bancos credores.
Já a Faixa 1 começou em outubro e é a principal aposta do governo por ter enfoque no atendimento de pessoas com dívidas de até R$ 5 mil e renda de até dois salários mínimos (R$ 2.640) ou inscritas no CadÚnico.